quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Sem acordo, policiais federais mantêm greve

Sem acordo na reunião com o governo, a greve dos policiais federais deve continuar, pelo menos, até a próxima semana. Segundo Naziazemo Florentino Santos Junior, diretor da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) no Paraná, a maioria dos 27 sindicatos que compõem a federação já deram indicativo de continuar a paralisação. “Não podemos aceitar que o governo nos trate com desrespeito e ameaças. Isso só vai servir para acirrar os ânimos na instituição. Só vamos voltar a trabalhar quando decidirmos ou quando a justiça determinar”, afirma Santos.
Nesta quinta-feira, houve nova rodada de negociações com o Ministério do Planejamento. O órgão manteve a proposta de 15,8% de reajuste, diluído até 2015, no ritmo de 5% ao ano. “Nós não estamos querendo aumento de salário, pura e simplesmente. Temos que resolver algumas situações internas, reestruturar a carreira”, afirma o diretor.
Na reunião, o governo admitiu levar a proposta de reestruturação, defendida por agentes, peritos, escrivães e pessoal administrativo, para uma rodada de discussão com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. O ministro mandou um emissário, o assessor especial Marcelo Veiga, para a mesa de negociações, presidida pelo secretário de Relações do Trabalho do Planejamento, Sérgio Mendonça. Para o representante do sindicato no Paraná, contudo, a greve continua até o governo proponha uma solução concreta à categoria. “Para a gente, é indiferente este prazo de 30 de agosto, que é quando fecha o orçamento. Queremos reestruturação da carreira. Então, enquanto não formos ouvidos pelo governo, vamos continuar revendo e avaliando a paralisação”, afirma Santos.
Segundo o diretor, agentes, escrivães e papiloscopistas são carreiras enquadradas em uma tabela de ensino médio. A reivindicação é passar para uma tabela de nível superior. “Não conseguimos aceitar essa distorção”, diz.
Rigor Zero
Com a greve, os policiais devem manter a operação “Rigor Zero” no Aeroporto Afonso Pena. A emissão de passaportes também deve ficar prejudicada. A orientação é para que apenas as pessoas que já tinham agendado a emissão do documento compareçam ao local. Para quem não tem urgência, o conselho dos grevistas é para que aguarde um momento menos atribulado para procurar a emissão da identificação internacional. Para informações, o telefone de contato da PF é (41) 3251-7501.
A paralisação continua pelo menos até a próxima semana, quando uma nova reunião entre os 27 sindicatos avaliará os rumos do movimento

Forças Armadas atuam na demarcação de terra indígena Kayabi

Brasília, 21/08/2012 – Para salvaguardar a comunidade indígena Kayabi contra ilícitos, como garimpo ilegal e desmatamento, 150 militares das Forças Armadas (138 deles do Exército Brasileiro) atuaram na demarcação física de uma área de cerca de 1,053 milhão de hectares de extensão entre os municípios de Apiacás (MT) e Jacareacanga (PA).

Batizada de Operação Kayabi, a missão foi concluída na última quinta-feira (16) e contou com o apoio de aeronaves das três Forças, que somaram 160 horas/voo. A coordenação ficou sob responsabilidade do Comando Militar da Amazônia (CMA), com auxílio de técnicos da Diretoria de Serviço Geográfico (DSG) do Exército.

Além da equipe, a DSG juntou-se ao 53º Batalhão de Infantaria de Selva, localizado em Itaituba (PA), para disponibilizar meios materiais, entre eles equipamentos de topografia.

Segundo o gerente-técnico da operação, tenente coronel Marcis Gualberto Mendonça Junior, a demarcação “é um trabalho que o Exército já está acostumado a fazer há muitos anos”. Para ele, a única dificuldade da ação diz respeito à logística numa “área de mata primária”.

Durante 42 dias, aproximadamente 140 marcos divisores de limites foram implantados na região. Todo o trabalho teve acompanhamento de representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai).

De acordo com a Funai, a demarcação física é uma das etapas fundamentais para que os indígenas tenham a posse plena sobre o seu território tradicional e condições para se reproduzir física e culturalmente enquanto sociedade diferenciada.

Atualmente, cerca de 250 índios da etnia Kayabi vivem na terra indígena. Mas, segundo a fundação, com a demarcação pode ser que a população de outras áreas migre e aumente esse número.

Tratativas

O Ministério da Justiça já havia estabelecido, em 2 de outubro de 2002, os limites da terra indígena, conforme consta na Portaria nº 1.149.

Para cumprir a determinação e evitar que diferentes crimes ambientais viessem a ser cometidos na área, o governo federal e lideranças indígenas firmaram acordo no
final de outubro do ano passado e definiram a demarcação.

Irã anuncia pacote militar em resposta a Israel e aos EUA

O Irã disse ontem ter aumentado sua capacidade de defesa graças a novos mísseis de fabricação nacional e à construção de uma importante base destinada a repelir ataques aéreos contra o país.

Autoridades do regime anunciaram os supostos avanços militares durante a celebração do dia da indústria bélica nacional, numa clara advertência aos arqui-inimigos Israel e EUA, que podem bombardear o Irã.

O presidente Mahmoud Ahmadinejad e o ministro Ahmad Vahidi (Defesa) participaram em Teerã da cerimônia de apresentação oficial de uma versão atualizada do míssil Fateh-110, testado no mês passado.

Segundo militares, o artefato, cujo nome significa "conquistador" em farsi, é mais preciso e eficiente em condições climáticas adversas que versões anteriores.

Ao contrário de outros mísseis capazes, em tese, de atingir Israel, o Fateh tem alcance de 300 km -suficiente para destruir alvos americanos em países vizinhos.

"Não queremos [usar os mísseis] para a conquista e dominação de países vizinhos e do mundo", disse Ahmadinejad, insistindo em que os foguetes têm função de "dissuasão".

Ahmadinejad e Vahidi também acompanharam a apresentação de um lança-morteiros e de um avião que será usado, entre outras coisas, para testes antirradar e simulação de combate.

Em outra cerimônia, no sul do Irã, perto da cidade de Abadeh, autoridades participaram do início da construção de uma base de 200 hectares que será usada como epicentro da defesa antiaérea nacional. O local, que deverá abrigar 6.000 soldados, servirá para treinamento.

As manobras são vistas por analistas como demonstração de autoconfiança do Irã diante do risco de sofrer bombardeios contra seu programa nuclear, que pode ter fins militares, o que Teerã nega.
Embora seja amplamente considerado a única potência nuclear do Oriente Médio, Israel diz encarar o Irã como ameaça existencial. (
Agência de Notícias - Jornal de Floripa)

Tambores de Guerra - Ameaça de conflito no Irã é real, diz especialista

Na semana passada, vários membros do governo de Israel fizeram declarações duras sobre o Irã. Paralelamente, os departamentos de defesa e segurança israelenses se mostraram prontos para a guerra, divulgando pela primeira vez um eventual roteiro de suas operações militares.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, proclamou a questão iraniana como prioritária e prestou contas do trabalho realizado por seu governo no mês passado para “organizar a defesa do país”, informou jornal russo “Kommersant”.
O ministro do Interior israelense, Yitzhak Aharonovich, disse, por sua vez, que a polícia e os bombeiros também estão prontos. Já o ex-ministro da Defesa israelense, Matan Vilnai, afirmou que o conflito deve se resumir a um confronto de 30 dias em várias frentes (Irã, Faixa de Gaza e sul do Líbano) e que os sistemas de defesa antimíssil Iron Dome (Cúpula de Ferro) e Arrow irão defender seguramente a nação.
“Mas é difícil dizer em que medida essa guerra vai ser iraniano-israelense, porque os principais inimigos geopolíticas do Irã são as monarquias árabes [Bahrain, Kuwait, Qatar, Emirados Árabes Unidos, Omã e Arábia Saudita]”, afirma Evguêni Satanóvski.
Para ilustrar a situação, o especialista faz uma analogia simples com o barulho de trovão que antecede a tempestade. “E já está trovejando”, completa.
Possíveis roteiros
“É difícil prever se a guerra começará em setembro ou outubro, com um ataque israelense contra as instalações nucleares do Irã, ou no período entre janeiro e julho, isto é, entre as eleições presidenciais nos EUA e no Irã, com um golpe preventivo do Irã contra Israel”, observa Satanóvski.

As eleições presidenciais nos EUA serão realizadas em novembro deste ano, mas a posse do presidente eleito e a formação do governo acontecerão só em janeiro de 2013. No Irã, as votações estão previstas para junho de 2013.
Considerando os interesses do Irã no Paquistão, Afeganistão, África do Norte e nas regiões periféricas, a situação que está se desenvolvendo no mundo árabe e no resto do mundo leva inevitavelmente a uma guerra.
“Sem uma guerra será impossível ‘resolver’ quem é o líder no mundo islâmico, e principalmente no Golfo Pérsico”, explica o presidente do instituto. “O componente ideológico da Revolução Islâmica [no Irã], segundo o qual todo o mal no mundo vem de Israel que deve ser, portanto, destruído, conduziu o Irã a uma armadilha”, completa.
Satanóvski acredita ainda que os incessantes bombardeiros e atentados terroristas contra Israel têm sido orquestrados pelo Irã, e que as duas recentes guerras travadas por Israel teriam sido almejadas contra o Irã. “Para os israelenses, assim que o Irã obtiver uma arma de destruição em massa [o que pode acontecer no início de 2013], o aparato será usado contra eles”.
Segundo ele, as chances de Israel atacar o Irã sozinho são grandes, embora não descarte o envolvimento dos EUA.
“Os israelenses sabem que a chamada comunidade internacional, a ONU e outros organismos internacionais podem traí-los a qualquer momento. Por isso, apostam em suas próprias forças para garantir a segurança do país”, arremata.

E a Rússia, como fica?
Nesse contexto, a Rússia irá simplesmente assumir o papel de observador e conselheiro. Por outro lado, o país deve se preparar para fluxo de refugiados iranianos pelas regiões de Ástrakhan e Daguestão ou até mesmo pelo Azerbaijão e Armênia.
Há o risco, porém, de algum integrante da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã tentar estabelecer uma situação semelhante à do sul do Líbano no Cáucaso Setentrional. “Isso pode acontecer em dois ou três meses”, afirma Evguêni Satanóvski.
Paralelamente, o preço do petróleo irá subir. Ainda de acordo com o cientista, o conflito armado com o Irã “poderá reduzir sua participação no projeto de construção do gasoduto Nabucco, que contorna o território russo”. Isso será do interesse da Rússia, que está empenhada em promover seu gasoduto Corrente do Sul

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Advogado de Dirceu minimiza atraso do julgamento do mensalão

No intervalo da sessão, o advogado Márcio Thomaz Bastos foi cercado por jornalistas. Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil No intervalo da sessão, o advogado Márcio Thomaz Bastos foi cercado por jornalistas
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil


Fernando Diniz

Responsável pela defesa do ex-ministro José Dirceu, o advogado José Luiz Oliveira Lima minimizou o atraso no julgamento do mensalão, que teve início nesta quinta-feira. Por causa de uma questão de ordem que pedia o desmembramento do processo, o Supremo Tribunal Federal (STF) não conseguiu dar início à leitura da acusação e transferiu a exposição do procurador-geral da República para amanhã.
"Não é um grande atraso, é de apenas um dia. Hoje o Supremo debateu uma tese importante, que foi levantada pelo (advogado) Márcio Thomaz Bastos. O fato de só amanhã o relator ler a denúncia, eu não acho que tenha um grande atraso no julgamento", disse o advogado, que faria sua sustentação oral nesta sexta-feira, caso não houvesse atraso.
A questão de ordem, que livraria 35 dos 38 réus do julgammento pelo STF , foi indeferida por nove dentre os 11 ministros, sendo acolhida apenas pelo revisor, Ricardo Lewandowski, e por Marco Aurélio Mello. A discussão - que gerou bate-boca entre Lewandowski e o relator da ação, Joaquim Barbosa - tomou mais de três horas da primeira sessão do julgamento e foi seguida por um intervalo de 30 minutos. No retorno, houve tempo apenas para Barbosa ler um relatório resumido sobre o caso.
Amanhã, Gurgel deve ler a acusação durante cinco horas. Com o tradicional intervalo no meio da tarde, as sustentações orais dos advogados só devem começar na próxima segunda-feira.
O atraso torna mais improvável a possibilidade de Cezar Peluso votar no julgamento do mensalão. Como o ministro se aposenta compulsoriamente no dia 3 de setembro, é possível que o cronograma não o favoreça, já que é um dos últimos na ordem de votação.
O mensalão do PT
Em 2007, o STF aceitou denúncia contra os 40 suspeitos de envolvimento no suposto esquema denunciado em 2005 pelo então deputado federal Roberto Jefferson (PTB) e que ficou conhecido como mensalão. Segundo ele, parlamentares da base aliada recebiam pagamentos periódicos para votar de acordo com os interesses do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Após o escândalo, o deputado federal José Dirceu deixou o cargo de chefe da Casa Civil e retornou à Câmara. Acabou sendo cassado pelos colegas e perdeu o direito de concorrer a cargos públicos até 2015.
No relatório da denúncia, a Procuradoria-Geral da República apontou como operadores do núcleo central do esquema José Dirceu, o ex-deputado e ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, e o ex- secretário-geral Silvio Pereira. Todos foram denunciados por formação de quadrilha. Dirceu, Genoino e Delúbio respondem ainda por corrupção ativa.
Em 2008, Sílvio Pereira assinou acordo com a Procuradoria-Geral da República para não ser mais processado no inquérito sobre o caso. Com isso, ele teria que fazer 750 horas de serviço comunitário em até três anos e deixou de ser um dos 40 réus. José Janene, ex-deputado do PP, morreu em 2010 e também deixou de figurar na denúncia.
O relator apontou também que o núcleo publicitário-financeiro do suposto esquema era composto pelo empresário Marcos Valério e seus sócios (Ramon Cardoso, Cristiano Paz e Rogério Tolentino), além das funcionárias da agência SMP&B Simone Vasconcelos e Geiza Dias. Eles respondem por pelo menos três crimes: formação de quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
A então presidente do Banco Rural Kátia Rabello e os diretores José Roberto Salgado, Vinícius Samarane e Ayanna Tenório foram denunciados por formação de quadrilha, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro. O publicitário Duda Mendonça e sua sócia, Zilmar Fernandes, respondem a ações penais por lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O ex-ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) Luiz Gushiken é processado por peculato. O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato foi denunciado por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) responde a processo por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia inclui ainda parlamentares do PP, PR (ex-PL), PTB e PMDB. Entre eles o próprio delator, Roberto Jefferson.
Em julho de 2011, a Procuradoria-Geral da República, nas alegações finais do processo, pediu que o STF condenasse 36 dos 38 réus restantes. Ficaram de fora o ex-ministro da Comunicação Social Luiz Gushiken e do irmão do ex-tesoureiro do Partido Liberal (PL) Jacinto Lamas, Antônio Lamas, ambos por falta de provas.

Maluf deve acompanhar Haddad em primeiro debate em SP

Embora o PT tenha buscado se afastar da imagem do deputado federal, Maluf pode comparecer no debate. Foto: Léo Pinheiro/Terra Embora o PT tenha buscado se afastar da imagem do deputado federal, Maluf pode comparecer no debate
Foto: Léo Pinheiro/Terra

O ex-prefeito Paulo Maluf (PP) deve comparecer ao primeiro debate entre os candidatos à prefeitura de São Paulo que acontece nesta quinta-feira, na TV Bandeirantes. Segundo a assessoria de imprensa do deputado, pelo menos essa era a vontade de Maluf até a tarde: representar o PP, que apoia a candidatura de Fernando Haddad (PT).
O PT tem tentado desvincular a imagem do ex-prefeito da aliança em São Paulo, após a ruidosa repercussão da foto entre Maluf, Haddad e o ex-presidente Lula. "Não iremos fulanizar o debate, o PT fez aliança com o PP e não com o Paulo Maluf", afirmou Haddad durante campanha no mês passado.

Rebeldes sírios já têm armas pesadas, confirma diretor da ONU

O diretor do departamento das forças de paz da Organização das Nações Unidas, Hervé Ladsous, confirmou nesta quinta-feira que os rebeldes sírios possuem armas pesadas, embora, segundo ele, a ONU não tenha prova de que elas tenham sido usadas contra forças do governo.
"Nós sabemos que a oposição, de fato, tem armas pesadas", disse Ladsous, que é subsecretário-geral para Operações de Paz, em declaração a jornalistas. Ele não deu detalhes sobre qual seria a origem das armas, mas afirmou que o arsenal inclui tanques e veículos blindados de transporte de pessoal.
Autoridades da ONU e diplomatas dizem que os rebeldes se apoderaram das armas dos soldados sírios que eles sobrepujaram em áreas do país onde assumiram o controle.
Ladsous afirmou não ter provas de que os rebeldes tenham usado as armas contra as forças sírias. O presidente Bashar al-Assad vem recorrendo ao Exército há 17 meses para tentar sufocar o levante contra seu governo.