sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Mandarim desafia inglês como 'língua do futuro' no sudeste asiático



O inglês tem sido a linguagem global dominante por um século, mas será ele o idioma do futuro? O mandarim chinês, que pode ser seu maior desafiante, está crescendo, mas ainda precisa conquistar seu próprio "quintal": o sudeste asiático.
Na cidade mais ao sul da Malásia, Johor Bahru, o desejo de falar bem o inglês levou algumas crianças a fazerem uma jornada de duas horas para a escola todos os dias.
Aw Yee Han, 9 anos, sobe em uma mini van amarela às 04h30 da manhã, com seu passaporte dentro de uma pequena bolsa pendurada em seu pescoço. Isso faz com que seja mais fácil mostrá-lo para os oficiais de imigração quando ele chegar à fronteira do país.
Sua escola fica do outro lado, em Cingapura, onde o inglês é a língua principal. Não é um trajeto convencional para ir à escola, mas a mãe de Aw Yee Han acha que vale a pena. "Ciência e matemática são escritas em inglês, então é essencial que meu filho seja fluente na língua", diz.

Viagem diária
Cerca de 15 mil estudantes do Estado de Johor fazem a mesma jornada de ônibus pela fronteira todos os dias. Parece uma medida extrema, mas alguns pais não confiam no sistema educacional na Malásia - eles têm receio de que o valor do inglês esteja diminuindo no país.

Desde a independência da Grã-Bretanha, em 1957, a Malásia foi gradualmente acabando com as escolas que ensinavam em inglês. No início dos anos 1980, a maior parte dos estudantes estavam aprendendo na língua nacional malaia.
Como resultado, analistas malaios dizem que os jovens profissionais do país encontram menos empregos no setor de TI. "Vimos uma redução drástica no padrão de inglês de nosso país, não só entre os estudantes, mas acho que entre os professores também", diz o comentarista político Ong Kian Ming.
Aqueles que acreditam que o inglês é importante para o futuro de seus filhos os enviam para escolas privadas caras ou para Cingapura, onde o governo é tido como visionário por ter adotado a língua de seu antigo país colonizador.
Cerca de três quartos da população em Cingapura é formada de pessoas de etnia chinesa. No entanto, o inglês é a língua oficial do país. Muitos acreditam que isso ajudou a cidade-estado a ganhar o título de cidade mais propícia aos negócios, concedido pelo Banco Mundial.

No entanto, a dominação do inglês está sendo desafiada pela ascensão da China em Cingapura. O Instituto de Negócios da Câmara de Comércio da China no país passou a oferecer aulas de mandarim para negócios nos últimos anos.
Os cursos se tornaram populares desde que o governo começou a fornecer subsídios para que os cidadãos aprendam chinês durante a crise financeira em 2009. "O governo quis dar a eles uma oportunidade de melhorarem seus currículos para se prepararem para um melhor momento econômico", diz a porta-voz da câmara, Alwyn Chia.
Algumas empresas já estão desesperadas para encontrar funcionários que falam chinês. Lee Han Shih, que tem uma empresa de multimídia, diz que o inglês está se tornando menos importante financeiramente, porque ele está levando clientes ocidentais para fazerem negócio na China.
"Então agora você obviamente precisa aprender inglês, mas também precisa saber chinês", diz Lee. Com o crescimento do poder econômico da China, Lee acredita que o mandarim vai tomar o lugar do inglês. Ele diz inclusive que já está tendo provas disso.
"O declínio da língua inglesa provavelmente acontece por causa do declínio do dólar americano. Se o yuan estiver se tornando a próxima moeda de reserva, você terá que aprender chinês." Cada vez mais, segundo ele, lugares como o Brasil e a China estão fazendo negócios em yuan, não em dólar, então há menos necessidade de usar a língua.

Bilinguismo
De fato, a influência da China está crescendo no sudeste da Ásia, tornando a região o principal parceiro comercial dos chineses. Mas dizer que o mandarim é o maior rival do inglês é "um pouco exagerado", segundo Manoj Vohra, o diretor de Ásia da Unidade de Inteligência da Economist, consultoria da revista britânica The Economist.
Ele diz que mesmo empresas na China, que preferem operar em mandarim, estão buscando administradores que falam tanto mandarim quanto inglês se querem expandir seus negócios. Portanto, de acordo com Vohra, o futuro do inglês não é uma questão de se ele terá seu lugar tomado pelo mandarim, mas se irá coexistir com ele.
Sua crença de que o bilinguismo triunfará no sudeste asiático é um argumento econômico convincente, mas, no caso do Vietnã, há resistência em aprender o mandarim. Apesar de o país dividir uma fronteira com os chineses, a escolha do governo vietnamita de não enfatizar o mandarim é emocional, segundo o economista Le Dang Doanh.
"Todas as ruas no Vietnã têm nomes de generais e imperadores que lutaram contra a invasão chinesa por 2 mil anos", diz. Tensões entre os dois países aconteceram novamente em maio de 2011, por causa de uma disputa pelo mar do sul da China.
O sentimento anti-chinês significa que os jovens vietnamitas estão escolhendo abraçar o inglês - a língua do inimigo derrotado. Muitas famílias ainda carregam cicatrizes psicológicas da Guerra do Vietnã.
No entanto, não há animosidade em relação ao inglês porque o fundador do país, Ho Chi Minh, fazia uma distinção clara entre os chamados imperialistas americanos que estavam bombardeando o Vietnã e o povo americano, diz Le Dang Doanh.
Muitos vietnamitas que perderam membros de suas famílias durante a guerra agora estão estudando nos Estados Unidos. "Nunca esquecemos nenhuma das vítimas do passado, mas para industrializar e normalizar o país, o Vietnã precisa aprender a falar inglês."
O governo vietnamita tem uma meta ambiciosa de assegurar que todos os jovens deixando a escola até 2020 tenham uma boa compreensão da língua inglesa. Para alguns deles, a língua causa um sentimento de liberdade, em um país onde o partido comunista governante mantém o controle sobre todas das mídias.
Em uma praça pública no centro de Hanói, um grupo de rapazes está dançando break ao som de batidas do hip hop ocidental. Ngoc Tu, de 20 anos, diz que só escuta músicas em inglês. "O Ministério da Cultura proibiu muitas músicas e publicações culturais (vietnamitas) que falem de liberdade ou rebelião, mas músicas em inglês não são censuradas", diz.
O debate sobre se o inglês ou o mandarim dominarão o sudeste da Ásia no futuro continua com fortes argumentos para ambos em termos econômicos, mas culturalmente não há disputa. Mesmo entusiastas do mandarim como Lee Han Shih dizem que o inglês continuará popular enquanto Hollywood existir.
O sucesso de filmes como Kung Fu Panda, uma produção americana sobre o animal chinês, causou muita ansiedade na China, de acordo com Lee. Ele afirma que muitas animações já foram feitas na China sobre ursos panda, mas nenhuma delas teve tanto sucesso comercial. "No momento em que Kung Fu Panda chegou aos cinemas todo o mundo assistiu. As pessoas compraram os produtos e aprenderam inglês", diz.

Entre os Brics, Rússia é país mais vulnerável à crise global

Entre os Brics, Rússia é país mais vulnerável à crise global
Ilustração: Niyaz Karim
 
O risco do impacto negativo da queda do crescimento mundial nas economias nacionais do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) permanece bastante elevado, mas varia de país para país – especialistas tendem a avaliar de forma mais otimista a sua economia do que a dos outros.

Essa foi a principal conclusão nos discursos dos participantes da videoconferência de Moscou – Déli sobre o tema "Riscos para as economias do Brics. Existirá uma cura para a turbulência do mundo?", que reuniu uma série de economistas proeminentes da Rússia e da Índia.

Em janeiro deste ano foi divulgado um relatório do Banco Mundial que prevê uma deterioração geral da situação da economia mundial em 2012: crescimento em ritmo mais lento como um todo (o FMI prevê uma decaída do ritmo de crescimento do PIB mundial para 3,3%), depressão na zona do euro, queda do preço do petróleo, falta de liquidez no mercado e, como o pano de fundo, a continuação da instabilidade no Oriente Médio. Vale ressaltar que o Banco Mundial reduziu seu prognóstico para o crescimento econômico nos países em desenvolvimento este ano de 6,2% para 5,4%. Os países do Brics têm uma tarefa particularmente difícil, uma vez que existe a ameaça da "contaminação" financeira de suas economias nacionais pelas crises enfrentadas na zona do euro através dos canais de exportação e dos movimentos de capitais internacionais.

O banco de investimentos Goldman Sachs prevê um crescimento do PIB nos quatro países do Brics em 2012 de 7,1%, sendo que na Rússia o crescimento será ainda mais fraco: cerca de 3,9%.

Na opinião geral de especialistas estrangeiros, a Rússia é o elo mais fraco na estrutura do Brics. Embora o potencial de recursos do país seja grande, será impossível demonstrá-lo sem sérias reformas institucionais, sem criar um quadro jurídico sólido de atividades de negócios e sem reforçar a proteção dos direitos de propriedade.

Neste espírito foram sustentados os discursos de Partha Sen, economista da Escola de Economia de Londres, do pesquisador sênior do Conselho Nacional de Pesquisa Econômica Aplicada Rajesh Chadha e do professor sênior do Instituto Indiano de Estatística de Déli, Chetan Ghate.

Analistas de Déli acreditam que a crise financeira global e a situação na zona do euro não terão qualquer impacto adverso significativo sobre a economia indiana, enquanto outros países emergentes podem ser vítimas da desaceleração econômica.

"A economia da Índia depende de questões internas e é baseada no mercado interno", explicou Rajesh Chadha. "Choques externos não terão impacto material sobre nossa economia, que está cada vez mais focada na China, nos Emirados Árabes Unidos e em outros países", salientou o pesquisador, fazendo menção a países que estão afastados da espiral da crise econômica.

Analistas russos, em sua maioria, concordam que há o risco de "contaminação" da economia russa, mas quanto aos outros países do BRICS, o perigo é presente, mas não deve ser exagerado. “A situação na zona do euro será esclarecida até meados de 2012, e daqui a dois ou três anos será resolvida por completo”, afirmou o diretor do setor de prevenção da economia mundial do Instituto de Economia Mundial e de Relações Internacionais, Givi Machavariani.

Também concorda com ele o diretor do Centro de Estudos Asiáticos da Faculdade de Economia da Universidade Estadual de Moscou, o professor Evguêni Avdokushin, que não espera a "contaminação" das economias do Brics advinda da crise europeia. No entanto, a instabilidade global da taxa de câmbio das moedas europeias e do dólar americano podem ameaçar a estabilidade dos países do grupo. "Mesmo assim, é improvável que o 'efeito de gatilho da moeda' ocorra neste ano", ele acredita. Entre os países do BRICS, a Rússia é o mais suscetível a influências externas negativas: "A economia mais estável é a China, seguida pela Índia, Brasil e, finalmente, a Rússia".

O especialista principal do Centro de Análise Macroeconômica e de Previsão a Curto Prazo, Aleksandr Apokin, reconhece que há diferenças significativas entre as estruturas das economias da Rússia e dos outros membros do Brics. Ele admite que a China é o motor indiscutível do crescimento para os países emergentes. "Com o crescimento do consumo interno entre 13 e 15% por ano e o baixo ritmo de crescimento das exportações, a questão do iene barato vai sair da esfera econômica e ir para a política", afirma o especialista, que acredita na existência de uma ameaça de impacto econômico negativo vinda da crise na zona do euro sobre a Rússia. De acordo com novos dados estatísticos, o superávit da balança comercial externa dos 17 países da zona do euro ficou, em dezembro de 2011, em 9,7 bilhões de euros ante ao déficit de 1,7 bilhões de euros em dezembro de 2010, enquanto o PIB total da área do euro e da UE caiu 0,3% no quarto trimestre de 2011

Conheça os diferentes grupos que lutam contra o governo na Síria

O governo sírio está enfrentando a oposição de uma série de grupos políticos, alguns que já existem há anos e outros que surgiram no final de 2010, quando começou a onda de protestos no Oriente Médio.

Partidos de oposição são proibidos na Síria desde 1963, quando o Partido Baath tomou o poder e implementou algumas leis de emergência.
Entre as dezenas de partidos na ativa estão esquerdistas, secularistas, islamistas e nacionalistas árabes. Décadas de repressão obrigou as siglas a operarem na clandestinidade ou no exílio. A oposição formal ao governo é fragmentada e enfraquecida.
Diversos grupos tentaram formar uma frente unida para fazer face ao governo, que está determinado a ficar no governo.
Irmandade Muçulmana
Participação na Irmandade Muçulmana era crime com possibilidade de pena de morte em 1980. Dois anos depois, o então presidente Hafez Al-Assad derrotou uma revolta armada da Irmandade na cidade de Hama. Grupos de direitos humanos afirmam que pelo menos 20 mil pessoas morreram.
O líder do grupo, Mohammad Riad Shaqfa, que vive no exílio, diz que a Irmandade busca mudanças democráticas não-violentas para substituir o regime autocrático por um sistema mais plural. A Irmandade afirma que não quer transformar a Síria em um Estado islâmico.
Partidos curdos
Grupos curdos vêm buscando direitos civis para seu grupo étnico, mas as autoridades estão tentando organizar a minoria a sua maneira, ao prender alguns líderes curdos e negociar diretamente com algumas tribos.
Grupos de direitos humanos afirmam que os curdos sírios enfrentam "preconceito sistêmico" no país, e que dezenas de milhares continuam sem nacionalidade desde reformas na legislação síria nos anos 1960.
Conselho Nacional da Síria (CNS)
O Conselho Nacional da Síria - formado na Turquia no segundo semestre de 2011 - reúne diversos grupos políticos de oposição da Síria. O líder Burhan Ghalioun disse que a CNS une "forças de oposição e de revolução pacífica".
O CNS inclui:
A Declaração pela Mudança Democrática: um movimento nascido na "Primavera de Damasco" de 2000/2001, que exige amplas reformas democráticas, mas que foi ignorado pelo governo.
A Irmandade Muçulmana.
Os Comitês de Coordenação Local: movimentos populares que lideraram protestos em todo o país.
A Comissão Geral da Revolução Síria: uma coalizão de 40 grupos populares de oposição.
Facções curdas, líderes tribais e grupos independentes.
O CNS quer derrubar o governo e rejeita qualquer tipo de diálogo com o regime. Oficialmente o grupo se opõe a intervenção militar estrangeira, mas defende que a comunidade internacional "proteja o povo sírio".
Comitê Nacional de Coordenação (CNC)
O Comitê Nacional de Coordenação (CNC), formado em setembro de 2011, é composto por grupos de oposição dentro da Síria. O CNC pede uma mudança pacífica, se opõe à intervenção militar internacional e acredita que integrantes do atual regime podem ter um papel na transição, segundo Hussein Abdul Azim, um dos líderes do movimento.
Para o CNC, uma possível derrubada do governo provocaria caos em todo o país. O CNC desafia a primazia do Conselho Nacional Sírio e é contra a influência da Irmandade Muçulmana.
Exército pela Libertação da Síria (ELS)
O Exército pela Libertação da Síria (ELS) foi formado em agosto de 2011 por desertores do Exército do governo sírio. Ele é liderado pelo ex-militar Riyad al-Asad.
O grupo diz estar "trabalhando lado a lado com o povo para obter liberdade e dignidade, derrubar o regime, proteger a revolução e os recursos do país, e se levantar contra a máquina militar irresponsável que protege o regime".
A força do Exército pela Libertação da Síria ainda é desconhecida. O grupo dizia contar com mais de 15 mil pessoas em outubro, mas há relatos diários de novas deserções das Forças Armadas do governo. Os desertores estariam se juntando ao ELS.
O grupo admite não ter força suficiente para enfrentar o Exército sírio, que possui mais de 200 mil soldados.
Com base na Turquia, os combatentes lançaram ataques cada vez mais violentos e mortais contra as forças sírias na província de Idlib, no noroeste do país, além de ações em Homs, Hama e nos subúrbios de Damasco.
Em janeiro, moradores de Zabadani, uma cidade que fica em uma região montanhosa 40 quilômetros ao noroeste da capital, disseram que o local havia sido "libertado" pelo ELS. Poucos dias depois, eles teriam tomado por algumas horas Douma, um subúrbio a 10 quilômetros de Damasco.
O líder do ELS aceitou coordenar operações do seu Exército com ações do Conselho Nacional Sírio, que inicialmente havia manifestado oposição à luta armada na Síria.

Venezuela - Nova cirurgia de Chávez cria incertezas antes das eleições



A nova cirurgia à qual o presidente venezuelano, Hugo Chávez, será submetido, segundo ele na mesma região de onde foi retirado um tumor cancerígeno em 2011, abriu nesta quarta-feira um novo período de incerteza no país, antes das eleições de outubro nos quais busca a reeleição.

Chávez viajará a Havana esta semana para que os mesmos médicos que lhe operaram de um tumor em junho do ano passado extraiam uma "lesão" que tem uma "alta" probabilidade de ser cancerígena, segundo afirmou na terça-feira. O presidente é o único autorizado a falar publicamente do tema de seu câncer, do qual assegurou ter se recuperado em outubro.
A "lesão", de quase dois centímetros de diâmetro, foi detectada durante exames médicos no sábado em Havana, disse o presidente, que até agora não revelou a natureza nem a localização do câncer.

O presidente não informou o momento exato da operação e prevê liderar um ato em seu apoio na quinta-feira no teatro Teresa Carreño, um dos principais de Caracas, segundo uma convocação da Presidência.
Chávez, 57 anos, não utilizou a palavra "tumor" para descrever esse mal que pode ser "benigno ou maligno" e negou sofrer de metástase, ou seja, uma reprodução do câncer em outros órgãos do corpo.

Segundo explicou à AFP o oncologista Carlos Dzik, do Hospital Sírio Libanês de São Paulo, pode se tratar de um "fenômeno no qual o tumor inicial foi retirado, mas por alguma razão, células deste tumor que contaminavam a região não foram retiradas e voltam a crescer depois de certo tempo. É o que chamamos de recorrência local do tumor".
No poder desde 1999 e aspirante a um terceiro mandato, o presidente entrou na disputa eleitoral na semana passada, depois que a oposição elegeu nas primárias de 12 de fevereiro seu candidato único, o governador Henrique Capriles Radonski, para as eleições de 7 de outubro.

Ao anunciar sua nova doença, o presidente admitiu que caso esta seja maligna, entrará em nova fase "de radioterapia focada" e que isso prejudicaria sua agenda antes das eleições.
Mas "independente de meu destino pessoal, a revolução (socialista) já tem seu impulso e nada nem ninguém poderá detê-la", disse Chávez, que continua gozando de uma alta popularidade, 13 anos depois de sua chegada ao poder.
Para o presidente da empresa Datanalisis, Luis Vicente León, esta nova complicação da saúde do chefe de Estado "pode gerar um efeito temporário de solidariedade popular", mas ele deverá buscar "novas ideias, compensadores" de sua doença antes das eleições.
É possível que tente "mudar a força de sua liderança pela simbologia de sua revolução", apontando também alguns apoiadores como potenciais sucessores, declarou este analista à AFP.

Polícia investiga participação do PCC em ataques a caixas eletrônicos




A hipótese de ação organizada pelo PCC foi reforçada com a prisão do Juan Carlos Panozo Orellano, um boliviano apontado como um dos coordenadores da organização criminosa no estado. Orellano foi preso em Campo Mourão, região Oeste do estado, no início desta semana, junto com outros membros de uma quadrilha acusada de arrombamentos de caixas eletrônicos em Araruna, Peabiru, Goioerê e Nova Cantú.
O boliviano teria se deslocado de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, para organizar os ataques no interior do estado. Segundo informações de policiais, Orellano estaria residindo há oito meses em Campo Mourão. Na mesma cidade, no último dia 3, uma força-tarefa da Polícia Civil, composta por agentes de várias cidades do estado, baleou e matou Lucas da Paixão Ferreira, foragido da colônia penal agrícola de Piraquara e também apontado como membro do PCC, que ao ser abordado, trocou tiros com os policiais.
De acordo com o delegado de Goioerê, Fábio Machado dos Santos, responsável pela prisão do boliviano, Orellano era responsável pela contratação de especialistas em algumas funções para o arrombamento dos caixas. Um menor de Joinville (SC), especialista no uso do maçarico, teria sido contratado apenas para abertura dos caixas. “Eles terceirizam algumas atividades e estudam os alvos antes dos ataques. São ações organizadas e estruturadas pelo crime organizado. Os membros da quadrilha presa confessaram o esquema”, disse o delegado.
Segundo Santos, os presos informaram que além de Campo Mourão, a facção criminosa também teria bases na região metropolitana de Curitiba e em Joinville (SC), de onde comandariam os ataques aos caixas eletrônicos do estado.
Monitoramento
O delegado titular da 16ª Subdivisão Policial de Campo Mourão, José Aparecido Jacovós, disse que a ação da quadrilha está sendo monitorada pelo núcleo de inteligência da polícia civil há cerca de seis meses. “Há fortes indícios de uma estrutura organizada nas ações”, disse ele.
Jacovós, que também participou da prisão de Orellano, afirmou que o esquema de segurança nas delegacias da região foi reforçado com a prisão de Orellano, para evitar a possibilidade de um resgate por membros da facção criminosa. O delegado disse já ter solicitado a transferência do boliviano para um presídio de Curitiba. Ontem à tarde, Orellano foi transferido para Goioerê.
Presos da facção foram transferidos ao Paraná em 1998
Em 1998, três presos transferidos do sistema penitenciário de São Paulo chegavam à Penitenciária Central do Estado (PCE), em Piraquara, depois de uma rápida passagem por Campo Grande (MS). Os detentos eram César Augusto Roriz, o Cesinha, Mizael Aparecido da Silva e José Márcio Felício, o Geleião. Em 1993, o trio ajudara a fundar o Primeiro Comando da Capital (PCC), na Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté, o Piranhão. Em 2001, Geleião, responsável pela facção criminosa no estado, liderou o mais longo motim do sistema prisional paranaense. Os amotinados tomaram conta do presídio durante seis dias. Um agente penitenciário e três detentos foram mortos.
A partir desta data, a ação do PCC se espalhou por outros presídios do Paraná, com a arregimentação de outros detentos. O desenvolvimento da facção criminosa no estado foi acompanhado pelo promotor Leonir Batisti, coordenador do Gaeco, que tem um dossiê com os nomes dos principais integrantes do grupo e monitora a ação da organização criminosa. Nesta quinta, Batisti informou que o nome de Orellano não constava ainda em sua relação.

Professores da rede estadual farão um dia de paralisação em 15 de março

Os professores da rede estadual farão um dia de paralisação em 15 de março. Não haverá aulas nessa data. Diferentemente do Paraná, a suspensão das atividades em outros estados deve durar três dias – 14, 15 e 16 de março.
Educadores de Curitiba e do interior do estado irão se concentrar na Praça Santos Andrade, no Centro da capital, em 15 de março, a partir das 9 horas. A seguir, será feita uma passeata até o Palácio Iguaçu, no Centro Cívico. A categoria espera ser recebida por representantes do governo do estado.
De acordo com a presidente do APP-Sindicato, Marlei Fernandes de Carvalho, aulas na rede estadual serão normais em 14 e 16 de março e os professores planejam desenvolver atividades sobre o movimento nas escolas.
Em 14 de março, serão feitos debates nas escolas sobre as principais reivindicações da categoria. Os professores reivindicam que um terço do tempo de trabalho possa ser utilizado na preparação e pesquisa para a elaboração das aulas. A categoria quer também reajuste de 22% no valor do piso. Outro pedido é para que haja melhorias no atendimento de saúde dos profissionais. Mudanças no plano de cargos e salários dos professores da rede estadual e o pedido para que 10% do Produto Interno Bruto (PIB) sejam investidos em educação também fazem parte da pauta de reivindicações.
Após a paralisação, em 16 de março, será feita a avaliação do movimento nas escolas. “Queremos apresentar as nossas reivindicações à comunidade escolar e esperamos providências do governo do estado”, afirmou a presidente da APP-Sindicato.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Educação (Seed), por volta das 9 horas, e aguarda o retorno.
Outras manifestações
Os professores fizeram pelo menos dois atos neste ano para apresentar as reivindicações da categoria. O início do ano letivo da rede estadual de ensino foi marcado por protestos dos professores e funcionário das escolas de todo o Paraná. As aulas tiveram 30 minutos em 9 de fevereiro - segundo dia letivo de 2012
Após o encerramento das aulas, professores da rede estadual de ensino se reuniram Boca Maldita, Centro de Curitiba, e distribuiram folhetos
à população explicando o motivo da paralisação.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Oposição pede eleição para substituir Derosso

Licença do tucano vai durar seis meses. Oposicionistas alegam que lei prevê afastamento máximo de quatro meses. Requerimento deve ser votado na próxima semana
A bancada de oposição na Câmara de Curitiba pediu ontem o afastamento definitivo do vereador João Cláudio Derosso (PSDB) da presidência da Casa e a realização de eleição para escolha de um novo presidente para o Legislativo municipal. A votação do requerimento, no entanto, ficou para a semana que vem, já que o presidente interino da Casa, Sabino Picolo (DEM), disse que havia dúvidas sobre a legalidade do pedido. O requerimento dos oposicionistas foi encaminhado para o departamento jurídico da Câmara.
O argumento da oposição é que Derosso não poderia ficar mais de 120 dias (quatro meses) afastado de sua função sem perder o cargo de presidente. Os oposicionistas dizem que o entendimento se baseia na Lei Orgânica do Município. O texto, porém, não fala sobre o cargo de presidente: prevê apenas a perda de mandato para o vereador que se licenciar por mais de quatro meses. “O regimento é omisso em relação ao afastamento da presidência, mas acre­­ditamos que é possível fazer uma analogia, até para não criar priviégios”, afirmou a vereadora Professora Josete (PT), uma das responsáveis pelo requerimento.
Derosso está licenciado da presidência da Câmara desde novembro do ano passado. Ele se afastou do cargo depois que o Ministério Público Estadual (MP) o denunciou à Justiça por suspeitas de irregularidades na gestão dos contratos de publicidade da Câmara. O vereador presidia a Casa havia 14 anos. À Justiça, o MP ainda havia solictado o afastamento de Derosso em caráter liminar. Mas ele se antecipou e pediu licença por 90 dias. O juiz Jaílton Juan Carlos Tontini disse que não julgaria o afastamento enquanto ele se mantivesse fora do cargo por iniciativa própria.
Na semana passada, quando estava prestes a se encerrar o primeiro período de afastamento, Derosso pediu a prorrogação de prazo por mais 90 dias (somando 180 dias, ou seis meses). A nova licença foi votada no último dia 15, e concedida por unanimidade. A oposição, porém, afirmou que não sabia o que estava votando, já que o requerimento havia sido colocado em meio a vários outros.
Adiamento
De acordo com Sabino Picolo, o departamento jurídico da Câmara terá de se pronunciar dentro de 48 horas sobre o pedido de afastamento definitivo de Derosso. “Como é um tema delicado e havia dúvidas, o melhor é consultar o jurídico para ter certeza sobre o procedimento que deve ser adotado”, afirmou o Picolo. Derosso, por sua vez, disse ontem apenas que “está tranquilo” quanto ao requerimento por acreditar que fez tudo dentro do regimento.
A oposição informou saber que não tem votos para aprovar o pedido de uma nova eleição para a presidência da Casa, mas aposta que o melhor a fazer é manter o tema em evidência, até para causar desgaste nos aliados do Derosso, que não gostariam de ter de se manifestar sobre o assunto.
Dos 38 vereadores de Curitiba, apenas cinco fazem parte oficialmente da oposição: três do PT e dois do PMDB. Além deles, anunciaram que devem votar a favor do afastamento definitivo de Derosso os vereadores Paulo Salamuni, do PV, e Zé Maria, do PPS. A vereadora Renata Bueno (PPS), que costuma votar com a oposição neste tema, está em viagem à Itália.
Líder da bancada do PSDB, o vereador Emerson Prado afirmou ontem que Derosso agiu dentro do que o regimento permite. “Mas acreditamos que, depois dessa nova prorrogação [da licença de Derosso], é preciso tomar uma decisão final sobre se ele volta ou não à presidência.”

Foco das suspeitas, publicidade está com licitação suspensa
O presidente interino da Câmara de Curitiba, Sabino Picolo (DEM), afirmou ontem que a licitação para a escolha de novas agências de publicidade para fazer divulgação das ações do Legislativo está adiada por tempo indeterminado. Segundo ele, só quando forem encerradas as investigações sobre os contratos anteriores o processo licitatório será retomado.
A Câmara abriu a nova licitação da propaganda da Casa em maio de 2011, quando estavam se encerrando os contratos assinados em 2006 com as agências Visão Publicidade e Oficina da Notícia. A abertura dos envelopes estava marcada para 19 de julho. No entanto, em julho a Gazeta do Povo revelou que o Tribunal de Contas investigava irregularidades nos contratos e a licitação foi suspensa.
“Vamos esperar que a investigação chegue ao fim para só depois retomar o processo”, afirmou ontem Sabino Picolo. “Por enquanto, não se faz nada.” Estão suspensas atualmente todas inserções publicitárias da Casa. Apenas a publicação de editais (publicidade oficial obrigatória) continua a ser feita.
Mulher
As suspeitas de irregularidades na publicidade da Câmara surgiram pelo fato de a Oficina da Notícia pertencer à jornalista Cláudia Queiroz Guedes, mulher do presidente licenciado da Casa, João Cláudio Derosso (PSDB). A agência dela gerenciou, de 2006 a 2011, R$ 5 milhões de dinheiro do Legislativo municipal.
As denúncias passaram a ser investigadas pelo Ministério Público Estadual (MP) e também foram alvo de apurações internas. O MP denunciou Derosso à Justiça por improbidade administrativa. Na Câmara, o Conselho de Ética chegou a recomendar o afastamento de Derosso da presidência, mas o pedido foi arquivado. Uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) foi formada, mas não recomendou punições ao vereador.
Números
R$ 5 milhões foi o valor gerido pela empresa da mulher de Derosso, a Oficina da Notícia, de 2006 até 2011. A licitação para escolher as novas empresas está parada desde julho.
7 vereadores dos 38 se pronunciaram até o momento a favor do afastamento definitivo de Derosso da presidência.
14 anos ininterruptos foi o tempo em que Derosso permaneceu ­na presidência da Câmara.

O peso de Dilma na eleição curitibana


 

Dilma Rousseff aproveitou a primeira reunião do ano com o conselho político, na semana passada, para mandar um recado a todos os aliados: só vai participar das campanhas municipais em que não houver concorrência entre candidatos da base. Alguns pensam que o estrago não será grande, afinal a presidente não teria o traquejo de Lula para pedir votos. Mas em alguns lugares, como Curitiba, ela vai fazer falta.
Segundo o diretor do instituto Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, Dilma conseguiu igualar nos últimos dias o nível de popularidade do governador Beto Richa (PSDB) na capital. Só perde no critério de desempate. “A diferença é que Beto está muito mais próximo da população, é só sair de casa para apertar a mão dos eleitores”, diz Hidalgo.
A proeza da presidente é ter conseguido furar o bloqueio antipetista entre a classe média/alta curitibana. As mesmas pessoas que detestavam o discurso popular de Lula, agora aprovam a faxina de Dilma. A sensação é de que a figura dela descolou-se do PT e virou um patrimônio político individual, algo parecido com o que acontece com Lula entre a classe C.
Em Curitiba, há três candidatos de legendas alinhadas ao governo federal: Gustavo Fruet (PDT), Rafael Greca (PMDB) e Ratinho Jr. (PSC). Sem contar nos esforços de Tadeu Veneri e Dr. Rosinha para vetar o apoio do PT a Fruet e convencer o partido a lançar nome próprio. Ainda há a estranha situação do prefeito Luciano Ducci, que é do PSB, sigla que tem até ministério em Brasília, mas que no Paraná é totalmente pró-PSDB.
Com um balaio tão grande e sortido de candidatos “aliados”, parece natural que Dilma não se meta na cidade. Aliás, não há nem sinal de que ela esteja sendo procurada. A briga ainda é pelo apoio do PT e desconsidera a força da presidente como “pessoa física”.
A questão é que os pontos fortes de Dilma cairiam como uma luva especialmente na campanha de Fruet. Ex-tucano, ele tem dificuldades de explicar uma aliança com os petistas. Mas aliar-se à Dilma é outra coisa.
Como deputado federal, Fruet foi sub-relator da CPI dos Correios, que investigou o mensalão durante o governo Lula. O trabalho levou à queda do então ministro da Casa Civil, José Dirceu. Graças ao episódio, Dilma ascendeu ao posto de gerente do governo e o resto da história todo mundo sabe.
Graças ao trabalho na comissão e ao discurso ético, Fruet foi o deputado federal mais votado do Paraná em 2006. Dilma se encaixou mais ou menos no mesmo perfil após a demissão de sete ministros envolvidos em denúncias de corrupção. Aliás, está nessa lista o presidente do PDT, Carlos Lupi.
Pelo andar da carruagem, no entanto, o mais provável é que Dilma só entre no jogo se houver segundo turno – e se ele não for disputado entre dois candidatos da base. E voltando ao estranho caso do PSB de Ducci, existe ainda a chance de a direção nacional do partido (via o governador de Pernambuco, Eduardo Campos) conseguir neutralizar a participação da presidente em Curitiba.
Entre tantas possibilidades, chama a atenção a volta por cima de Dilma entre os curitibanos. Quem diria que, há pouco mais de um ano, José Serra (PSDB) fez quase o dobro dos votos dela na cidade no segundo turno da eleição presidencial.

Bactéria do botulismo é encontrada em lote de salsicha fabricada em Alto Piquiri

Após a confirmação, dada pela 12ª Regional de Saúde, a Secretaria de Estado da Saúde interditou todos os lotes da fabricante. Duas pessoas já morreram com a doença
23/02/2012 | 09:46 | William Kayser, da Gazeta Maringá
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) interditou todos os lotes da Salsichão Piquiri, fabricante de salsicha localizada em Alto Piquiri, no Noroeste do Paraná, após a confirmação da presença da bactéria causadora do botulismo em um deles. No total, duas pessoas já morreram, outras duas estão contaminadas e há outras dez com a suspeita da doença no distrito, que pertence a Umuarama.
De acordo com a 12ª Regional da Saúde, que atende à região de Umuarama e confirmou a presença da bactéria nas salsichas, aproximadamente 400 quilos do alimento já foram retirados do comércio de Alto Piquiri e das proximidades. “Estamos correndo de casa em casa para conversar com a população para que possamos apreender o produto e, futuramente, incinerá-los”, informou o diretor da Regional da Saúde, Arecídio Cassiano.
Em um dos casos confirmados da doença, um homem ficou 20 dias no hospital, 19 deles na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “Outra vítima comeu a salsicha in natura e morreu, enquanto a esposa e o filho comeram a salsicha frita e não sofreram nada”, contou Cassiano. “Muitas pessoas, sem saber, fritaram ou cozinharam a salsicha e podem ter matado a bactéria [antes da ingestão do alimento].”
A empresa que fabrica a salsicha já suspendeu a produção do alimento e cerca de 1,4 mil quilos já foram retirados do comércio pela fabricante. “Nos prontificamos a ressarcir quem eventualmente teve algum prejuízo, até que as analises sobre o produto saiam”, confirmou o advogado da empresa, Ângelo Degan, em entrevista à RPC TV Maringá.
A recomendação da 12ª Regional de Saúde é para quem ainda tiver o produto em casa não consumi-lo e devolver a salsicha no local onde comprou.
O que é o botulismo
O botulismo é uma doença grave causada pela ingestão da toxina botulínica presente em alimentos embutidos, enlatados e em conserva produzidos em condições sanitárias precárias, o que permite a contaminação pelo esporo da bactéria Clostridium botulinum.
Os principais sintomas são visão turva, visão dupla, saliva grossa, insuficiência respiratória, dificuldade para falar e engolir, náusea, vômito, diarreia, dor abdominal, vertigem, tontura e paralisia.
Sem tratamento, 60% dos casos evoluem para a morte, que pode acontecer entre 12 horas e 10 dias após a ingestão do alimento contaminado. O tratamento ocorre em regime hospitalar com soro específico.

Dezenas de milhares participam de marcha eleitoral pró-Putin


Dezenas de milhares de pessoas estão concentradas nesta quinta-feira no centro de Moscou para participar de uma passeata a favor do candidato governista à Presidência russa, Vladimir Putin, por ocasião do Dia do Defensor da Pátria.
"Putin, nosso presidente", diz um dos cartazes trazidos por partidários do primeiro-ministro russo, o grande favorito à vitória nas eleições de 4 de março, segundo informam as agências russas.
O elevado número de pessoas provocou problemas em algumas das estações do metrô de Moscou, para onde a polícia enviou uma grande quantidade de agentes para garantir a ordem pública.
A manifestação percorrerá três quilômetros às margens do rio Moskva e, em seguida, os partidários de Putin se dirigirão ao estádio olímpico Luzhniki, onde já estão reunidas milhares de pessoas, para participar de um comício.
"Haverá ao menos 100 mil pessoas", afirmou o cineasta Stanislav Govorujin, coordenador da campanha de Putin.
A plataforma eleitoral de Putin --a Frente Popular de Toda Rússia-- espera que o próprio líder russo compareça ao comício no estádio olímpico, que deve ser o último grande evento em seu favor antes da votação.
No entanto, a imprensa voltou a denunciar que funcionários públicos e de empresas estatais foram obrigados a comparecer ao comício sob ameaça de represália ou demissão por parte de seus superiores.
Putin indicou na quarta-feira que a democracia não pode ser exportada a outros países, mas defendeu a continuação das reformas políticas para evitar que ocorra na Rússia uma revolução como a registrada na Líbia, Tunísia e Egito.
"Para que aqui não ocorra nada parecido, é preciso desenvolver as instituições democráticas para que o povo se sinta partícipe dos processos políticos", disse.
Segundo a última pesquisa do Centro de Estudos da Opinião Pública, Putin deve ganhar as eleições no primeiro turno com 58,6% dos votos.
A oposição não parlamentar advertiu que se nas presidenciais ocorrer mais uma vez a fraude observada das legislativas de dezembro passado, será lançada uma campanha de desobediência civil com protestos indefinidos

Brigitte Bardot pede ajuda para candidatura de Marine Le Pen

 
A atriz francesa Brigitte Bardot defendeu nesta quarta-feira a candidata de extrema-direita às eleições presidenciais da França, Marine Le Pen, que está com dificuldades para obter o aval de 500 políticos eleitos à sua candidatura.
Aos 77 anos, Bardot enviou uma carta a um grupo de políticos pedindo a eles sua assinatura a favor da candidatura de Marine pelo FN (Front National), informou nesta quarta-feira o jornal "Nice Matin".
Brigitte Bardot é uma ferrenha defensora dos direitos dos animais e é casada com Bernard d'Ormale, um conhecido militante da FN e ex-conselheiro do fundador do partido de extrema-direita, Jean-Marie Le Pen, pai de Marine.
O "Nice Matin" publicou uma carta manuscrita na qual a atriz se diz "escandalizada que os prefeitos da França sejam tão medrosos" e pede que deem "voz a Marine Le Pen, que faz parte de um grupo (...) que defende os animais e que tem a coragem para devolver à França o lugar que deve ocupar no mundo".
A carta foi publicada um dia após o Conselho Constitucional francês rejeitar o pedido da candidata ultradireitista para que os prefeitos que assinarem o documento possam manter seus nomes em sigilo.

Incêndio em porta-aviões deixa 1 morto e 2 feridos no Rio, diz Marinha

Porta-aviões estava na Ilha das Cobras, na Baía de Guanabara. Pane elétrica teria causado incêndio, diz Marinha.

Um incêndio no porta-aviões São Paulo, da Marinha do Brasil, matou uma pessoa e deixou outras duas feridas, na madrugada desta quarta-feira (22), na Ilha das Cobras, na Baía Guanabara. As informações foram confirmadas pela assessoria de imprensa da Marinha.

As chamas teriam sido causadas por uma pane elétrica e foram controladas por homens do Grupo de Controle de Avarias, que são treinados e especializados em combate a incêndios, segundo a Marinha.

Os feridos foram levados para o Hospital Naval Marcílio Dias, no Lins de Vasconcelos, no subúrbio do Rio, mas não há informações sobre o estado de saúde das vítimas.

ONU autoriza aumento de tropas de paz na Somália



O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) autorizou nesta quarta-feira um expressivo aumento na força de paz da União Africana na Somália em meio a uma ofensiva militar contra rebeldes islâmicos no miserável país. A missão, conhecida pela sigla Amisom, tem atualmente 12 mil soldados e policiais, mas poderá chegar a 17.731, conforme a resolução aprovada por unanimidade pelo conselho na véspera de uma conferência internacional em Londres que vai discutir medidas contra a instabilidade na Somália e a pirataria em seus mares.

Até agora, a Amisom é formada por soldados de Uganda e Burundi. A ampliação será feita principalmente pela inclusão sob seu comando do contingente queniano que desde outubro passado opera de forma independente no território somali para tentar frear o avanço dos rebeldes do grupo Al Shabaab, que Nairóbi acusa de cometer ataques e sequestros no Quênia.

Diplomatas disseram que o Djibouti também deve fornecer tropas para a nova fase da missão. Embora se trate de uma força da União Africana, a ONU deu sua autorização e financia grande parte das suas operações. A Amisom chegou à Somália em 2007, e desde agosto passado controla a capital, Mogadíscio. Os combatentes da Al Shabaab ainda dominam grande parte da Somália, e o fraco governo nacional controla apenas uma pequena parcela do território. Forças etíopes também estão na Somália, mas não devem ser incorporadas à Amisom e irão se retirar em breve, segundo diplomatas.

Todo cuidado é pouco: ministros militares são criticados pela submissão excessiva ao atual governo quando o assunto é a ditadura de 64.

O site de O Globo revela que os representantes dos clubes militares das Forças Armadas deixaram claro na última quinta-feira que estão incomodados com o posicionamento de ministros do governo Dilma Rousseff quando o assunto é a ditadura militar. Em nota assinada por representantes de reservistas do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, os militares “expressam a preocupação com as manifestações de auxiliares da Presidente sem que ela, como a mandatária maior da nação, venha a público expressar desacordo.
Os clubes citam três epísódios que justificariam a opinião de que o governo Dilma estaria se afastando do compromisso assumido durante a posse – o de que governaria para todos os brasileiros, “respeitando as diferenças de opinião, de crença e de orientação política”, como relembra a nota.
Além de uma entrevista da ministra da Secretaria dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, ao jornal Correio Brasiliense, o documento critica o discurso de posse da nova ministra da Secretaria de Política para Mulheres, Eleonora Menicucci – considerado muito crítico ao regime militar.
Diz a nota: “… teceu críticas exarcebadas aos governos militares e, se auto-elogiando, ressaltou o fato de ter lutado pela democracia (sic), ao mesmo tempo em que homenageava os companheiros que tombaram na refrega. A platéia aplaudiu a fala, incluindo a Sra Presidente. Ora, todos sabemos que o grupo ao qual pertenceu a Sra Eleonora conduziu suas ações no sentido de implantar, pela força, uma ditadura, nunca tendo pretendido a democracia”.
O documento também faz críticas ao conjunto de resoluções políticas aprovado por ocasião dos 32 anos do PT. Segundo os militares, o item que diz que o PT estará empenhado junto com a sociedade no resgate da memória da luta pela democracia durante o período da ditadura militar “é uma falácia, posto que quando de sua criação o governo já promovera a abertura política, incluindo a possibilidade de fundação de outros partidos políticos, encerrando o bipartidarismo”.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Países europeus pedem à Holanda que rejeite site contra imigrantes

  

Os embaixadores de dez países da Europa Central e do Leste enviaram cartas ao Parlamento holandês pedindo que "a sociedade e os líderes políticos" rejeitem oficialmente a campanha contra imigrantes desses Estados feita na internet pelo partido de Geert Wilders. A carta, divulgada nesta terça-feira, foi assinada por diplomatas da Bulgária, Estônia, Hungria, Lituânia, Letônia, Polônia, Romênia, Eslovênia, Eslováquia e República Tcheca.
"Expressamos nossa preocupação pelo lançamento desse site (...) no qual as pessoas podem fazer reclamações sobre atitudes de cidadãos do centro e do leste da Europa que vivem e trabalham na Holanda", manifestava a carta.
O documento termina com apelo destinado à classe política holandesa para que "rejeite" a iniciativa do partido antimuçulmano PVV, cujo líder, Geert Wilders, afirmou que documento é "um desperdício de papel".
A carta diplomática, um recurso pouco frequente entre os embaixadores radicados em Haia, pressiona o primeiro-ministro Mark Rutte, que até o momento se negou a criticar a campanha organizada pelo seu principal aliado no Parlamento.
A Holanda é governada por uma coalizão em minoria de liberais e democratas-cristãos, que contam com o apoio dos antimuçulmanos no Parlamento para poder aprovar as leis iniciadas pelo Governo.
Na polêmica página, Wilders convida os holandeses a criticarem poloneses, romenos, búlgaros e a Europa Central e do Leste em geral. O político estimula a população a denunciar, por exemplo, casos de delinquência nas ruas e informar sobre as perdas de trabalhos para pessoas dessas nacionalidades.
Enquanto Wilders considera o site "um sucesso", a página é duramente criticada dentro e fora do país.
Na Holanda, principalmente os partidos de esquerda, da oposição, condenaram a iniciativa do PVV, e os democratas-cristãos do Governo disseram que não concordam com as ideias desses parlamentares.
A Comissão Europeia censurou o site por incentivar "a intolerância", disse na sexta-feira a responsável comunitária de Justiça, Viviane Reding.
A iniciativa do partido de Wilders "preocupa" o Executivo europeu, conforme reconheceu pelo Twitter a comissária de Interior, Cecilia Malmström.
A porta-voz da Comissão Europeia, Pia Ahrenkilde, explicou nesta segunda que o colégio de comissários não deve tratar o assunto em sua reunião semanal, apesar de não descartar que algum membro possa solicitar isso.

PIB da Grécia recua 7% em 2011 e aprofunda recessão

 

Cortes de gastos geram intensos protestos em AtenasCortes
O Produto Interno Bruto (PIB) da Grécia recuou 7% no último trimestre de 2011, na comparação anual, segundo informou o governo grego nesta terça-feira. O resultado aprofunda a recessão vivida pelo país desde o final de 2008, com sucessivas contrações da economia desde então, com exceção apenas do primeiro trimestre de 2010.O governo grego se apressou nesta terça-feira para aprovar outro corte de 325 milhões de euros no orçamento para satisfazer os ministros das Finanças da zona do euro, que estudam a aprovação de um pacote de resgate para salvar o país de um default caótico. As reformas fiscais e cortes de gastos são medidas exigidas pelos credores do Fundo Monetária Internacional (FMI) e da União Europeia. Impopulares, os ajustes provocam protestos de milhares de gregos. Cerca de 80 mil pessoas protestaram no último domingo à noite em Atenas.Entenda
A Grécia gastou bem mais do que podia na última década, pedindo empréstimos pesados e deixando sua economia refém da crescente dívida. Nesse período, os gastos públicos foram às alturas, e os salários do funcionalismo praticamente dobraram. Enquanto os cofres públicos eram esvaziados pelos gastos, a receita era afetada pela evasão de impostos - deixando o país totalmente vulnerável quando o mundo foi afetado pela crise de crédito de 2008. O montante da dívida deixou investidores relutantes em emprestar mais dinheiro ao país.Se o país não fosse membro da zona do euro, talvez fosse tentador declarar a moratória, o que significaria deixar de pagar os juros das dívidas ou pressionar os credores a aceitar pagamentos menores e perdoar parte da dívida. Contudo, uma moratória grega, além de estimular países como Irlanda e Portugal a fazerem o mesmo, significaria um aumento de custos para empréstimos tomados pelos países menores da União Europeia, sendo que alguns deles já sofrem para manter seus pagamentos em dia. Se Irlanda e Portugal seguissem o caminho do calote, os bancos que lhes emprestaram dinheiro seriam afetados, o que elevaria a demanda por fundos do Banco Central Europeu. Por isso, enquanto a Europa conseguir bancar a ajuda aos países com problemas e evitar seu calote, é provável que continue fazendo isso.Neste cenário, Alemanha e França lideram os esforços para evitar a quebra dos gregos e, além de arrecadar fundos junto a governos e ao Fundo Monetário Internacional (FMI), conseguiram inclusive que os bancos privados europeus também entrassem na ajuda.Os sinais mais agudos dos problemas financeiros começaram no final de 2009, quando em 7 de dezembro a agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou a qualificação da dívida grega e a Fitch Ratings fez o mesmo um dia depois. A Comissão Europeia chamou a atenção da Grécia por sua possível repercussão na zona do euro e o Banco Central Europeu pediu que o país tomasse medidas.Em janeiro de 2010, o governo grego apresenta um plano para reduzir o déficit público de 12,7% do PIB, em 2009, para 2%, em 2013. Em 3 de fevereiro, a Comissão Europeia aprova este plano de austeridade grego, mas anuncia que exercerá uma vigilância sem precedentes sobre seu cumprimento.Em 23 de abril de 2010, o primeiro-ministro grego, George Papandreou, pede a ativação de um pacote de ajuda da União Europeia e do FMI, que visava retirar o país da crise de dívida. O plano de ajuda à época, da zona euro e do FMI, previa a concessão de empréstimos de 45 bilhões de euros (US$ 60 bilhões) com juros de cerca de 5%.Em maio, os países do euro e o FMI aprovam um novo plano de ajuda, ainda maior, de 110 bilhões de euros (a zona do euro oferece 80 bilhões de euros, enquanto 30 bilhões de euros viriam do FMI). Os financiamentos a Atenas foram condicionados a progressos na reforma fiscal e a medidas de austeridade prometidas pelo governo grego, que seriam revisadas trimestralmente. A quantia, que foi acordada a ser paga em prestações, seria paga após cada revisão trimestral, até 2012.Pressionado, o governo grego aprovou em 29 de junho um novo pacote de austeridade para poder receber uma nova parcela de ajuda - de 12 bilhões de euros. O pacote incluía corte de gastos, de empregos, de salários, aumentos de impostos e vendas de ativos estatais. As medidas de austeridade foram altamente impopulares entre os gregos. A polícia entrou em confronto com manifestantes em algumas ocasiões nas ruas próximas ao parlamento.Apenas dois meses depois, em agosto de 2010, uma missão da União Europeia, do Banco Central Europeu e do FMI pedia que a Grécia acelerasse suas reformas e privatizasse parte de seu setor energético para poder continuar recebendo ajuda externa. Entre as 13 recomendações da missão internacional, destacava-se a exigência de que a Grécia acelerasse a liberalização dos setores monopolizados em sua economia - como o de transportadoras, por exemplo, - até o final do ano, com o objetivo de reduzir as pressões inflacionárias. Outra delas exigia a abertura do mercado energético, privatizando pelo menos 40% de suas unidades estatais de produção.O país segue com dificuldades durante os meses seguintes e, em 15 de novembro de 2010, admite ter quebrado as condições do resgate econômico posto em prática para evitar a quebra. Um dos indicadores - o déficit público em 2010 foi previsto para 9,4% do Produto Interno Bruto (PIB), mais do que os 7,8% acordados com os credores.Depois de seis meses de revoltas populares e desencontros o que foi acordado com credores, em 23 de junho de 2011 o primeiro-ministro grego, Giorgos Papandreou, solicita à Europa e ao FMI o segundo plano de ajuda financeira em um ano para tentar evitar a bancarrota de seu país.A fim de desbloquear mais uma parcela do pacote de ajuda original (de 110 bilhões de euros), o Parlamento aprova em 29 de junho um novo pacote de austeridade que inclui 28,4 bilhões de euros em medidas de economia e altas de impostos, além da arrecadação de 50 bilhões mediante privatizações. Com a aprovação de plano de ajuste até 2015, o governo desbloqueia os 12 bilhões de euros do quinto aporte do empréstimo do FMI e da União Europeia. As principais medidas foram corte das despesas do Estado em 14,3 bilhões de euros e arrecadar outros 14,1 bilhões de euros até 2015, a fim de situar o déficit abaixo de 3% do PIB nesse ano; adotar o "imposto solidário" entre 1% e 4% às rendas mais altas. Para ministros, parlamentares e outros cargos públicos com rendimentos superiores o imposto é de 5%; subir para 300 euros anuais os impostos para profissionais que trabalham por conta própria, como advogados, encanadores e taxistas; reduzir o mínimo isento de taxação de 12 mil euros para 8 mil euros, embora fiquem de fora os trabalhadores menores de 30 anos e os aposentados, e criar o imposto imobiliário especial para os proprietários de bens de mais de 200 mil euros; aumentar impostos sobre bens de luxo como iates, piscinas e carros potentes; abre-se a possibilidade de legalizar imóveis construídos fora da lei após o pagamento de penalizações e eliminação do grande número de isenções fiscais; suprimir 150 mil empregos públicos, 25% do total, para o qual não serão prolongados os contratos temporários e só será substituído um de cada dez funcionários aposentados. Os salários, cortados em média de 12% no ano anterior, voltarão a ser reduzidos; suprimir as diversas prestações sociais para economizar 4 bilhões de euros até 2015. Cortar também de 500 milhões de euros em 2011 em conceito de subvenções e outros 855 milhões de euros até 2015, com a fusão de escolas, hospitais e quartéis da polícia; reduzir a despesa de saúde até 2015 em 2,1 bilhões de euros mediante a racionalização das prescrições e com remédios mais baratos; reduzir a despesa militar, o mais alto percentual dos países europeus da Otan com cerca de 4% do PIB, embora muitos analistas considerem que é maior pelo uso de verbas ocultas. No total, corte de 1,2 bilhão de euros até 2015 e cancelamento dos pedidos de armamento por 830 milhões de euros; arrecadar 5 bilhões de euros com a venda do monopólio de apostas e loterias OPAP, o Postbank, a empresa de gestão de águas de Salônica, a segunda cidade do país, e as empresas de gestão portuárias do Pireo e Salônica; entre 2012 e 2015, o Estado ingressar outros 45 bilhões de euros com a privatização da empresa de gestão de água de Atenas, refinarias, empresas elétricas, o ATEbank, especializado no setor agrícola, assim como a gestão de portos, aeroportos, estradas, direitos de exploração de minas e bens móveis e imóveis estatais.Com a aprovação do plano, os ministros das Finanças da Eurozona autorizaram, em 2 de julho, a liberação de nova parcela do empréstimo para a Grécia e acertam que definirão um novo plano de resgate para o país.Os problemas financeiros da Grécia não diminuem e, em 21 de julho de 2011, as principais autoridades da zona do euro decidem em uma reunião de emergência conceder amplos poderes ao fundo de resgate da região para ajudar a Grécia a superar a crise da dívida e evitar que aumente a instabilidade do mercado. O presidente da França, Nicolas Sarkozy, afirma que os líderes da região de 17 países concordaram em abrandar os termos dos empréstimos para Grécia, Irlanda e Portugal. Ao mesmo tempo, investidores privados trocariam voluntariamente bônus gregos por títulos de prazo mais longo com juros mais baixos para ajudar Atenas. O juro dos empréstimos seria reduzido para cerca de 3,5%, de 4,5% a 5,8% anteriormente, e os vencimentos dos empréstimos seriam ampliados de 7,5 anos para no mínimo 15 anos e no máximo 30 anos.Em 11 de outubro, medidas econômico-financeiras são acertadas entre Atenas e o trio de organismos multilaterais (FMI, União Europeia e Banco Central Europeu) que têm em mãos a decisão de se o país está apto a receber novos empréstimos para pagar suas dívidas e evitar uma moratória iminente.Em comunicado, o trio indica que a Grécia receberá mais 8 bilhões de euros - de um total de 110 bilhões de euros de seu pacote de resgate aprovado em maio de 2010 -, após o aval dos ministros das Finanças da zona do euro e da diretoria executiva do FMI.Liderados pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy, e pela chefe de governo alemã, Angela Merkel, os países da zona do euro anunciam em 27 de outubro de 2011 ter conseguido com os bancos credores uma redução de 50% na dívida da Grécia. Em contrapartida, a Grécia deveria colocar em prática um novo pacote de cortes de gastos.Em 1º de novembro, o mundo acorda com a notícia de que, ao contrário do que vinha ocorrendo com as medidas anteriores adotadas pelos gregos, o primeiro-ministro do país, George Papandreou, disse que desta vez as discussões deixariam a esfera do Parlamento e gabinetes de ministros e, por precisar de maior apoio político para adotar as medidas fiscais e as reformas estruturais exigidas pelos credores internacionais, iria convocar um referendo público para aprová-las. A decisão foi criticada pelos credores e até mesmo por parte dos políticos na Grécia, enquanto Papandreou mantinha a decisão de consultar a população. A ideia foi abandonada oficialmente pouco depois, no dia 4 de novembro.Em dezembro, o FMI aprovou o sexto lote de ajuda financeira à Grécia, avaliado em 2,2 bilhões de euros, pertencente ao pacote de resgate estipulado em 2010 em conjunto com a União Europeia (UE).Pressionada pelos demais países europeus e pelo FMI, a Grécia começou 2012 em negociações para acertar um novo acordo com credores - principalmente os bancos privados - para evitar a insolvência.

CNM mostra que PSD tirou força de outras siglas


A maioria dos grandes partidos brasileiros perdeu forças entre as eleições municipais de 2008 e 2012. O principal responsável pela redução dos quadros dos concorrentes é o PSD. A sigla, fundada em 2011, saltou de nenhum para 270 prefeitos em menos de um ano. Quem sofreu as maiores baixas foi o DEM, que conquistou 500 municípios e hoje administra 395. O levantamento, da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), foi apresentado nesta segunda-feira, em Porto Alegre. Os dados também indicam que dos 5.563 prefeitos eleitos, 383 não estão mais no cargo.   
 
Além do DEM, sofreram baixas o PMDB, que passou de 1.199 eleitos para os atuais 1.177 prefeitos; o PP, de 549 para 514; o PPS, de 135 para 116; o PR, de 388 para 360; o PSDB, de 789 para 736; o PTB, de 415 para 383; o PDT, de 354 para 337, e outros partidos com números menores. Ao mesmo tempo, o PSB aumentou o número de suas prefeituras, de 310 para 338, assim como o PT, de 553 para 564, e o PV, de 78 para 82.
"O PSD, com 270 prefeitos, já se aproxima de forças tradicionais", comentou o presidente da CNM, Paulo Roberto Ziulkoski, referindo-se a siglas como o PDT (337), o PSB (338), o PTB (383) e o próprio DEM (395). O dirigente municipalista lembrou ainda que, além das transferências para o PSD, outros fatores também contribuíram para a formação do novo quadro das prefeituras. Entre eles estão 210 cassações, 29 opções por outros cargos, 21 renúncias, 18 afastamentos por doenças, 56 mortes e 38 motivos não informados.
Cassações
Durante os três anos das atuais gestões, um total de 210 prefeitos, quase 4% dos 5,5 mil do país foram cassados, sendo dez por crime de responsabilidade, seis por crime comum, 37 por infrações administrativas, 48 por infrações à legislação eleitoral e 77 por ato de improbidade administrativa. Para os 32 restantes não houve informação dos motivos.
O levantamento também cita os estados de Minas Gerais e Piauí como os que mais tiveram prefeitos cassados, com 29 cada, seguidos pelo  Paraná, com 14, Ceará, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, com 12 cada. Lembra, no entanto que proporcionalmente o Acre perdeu três de seus 22 prefeitos, quase um sexto do total.
Para Ziulkoski, os números tendem a crescer ainda neste ano à medida em que novos processos forem julgados. O presidente da CNM acredita que o alto índice de cassações deve-se a aperfeiçoamentos da legislação, à ampliação da presença dos órgãos de controle e à fiscalização cada vez maior da sociedade organizada. Mas faz uma reclamação.

"Queremos que a lei seja aplicada a todos e que atinja os médios e grandes também", destaca, em uma referência o rigor dos órgãos de controle, que seria maior com as pequenas prefeituras do que com as grandes e os governos estaduais.

Policiais militares decidem não entrar em greve no Paraná

Os policiais militares e bombeiros do Paraná decidiram que não vão entrar em greve nem paralisar suas atividades. Nesta segunda-feira (13), eles decidiram entrar em estado de vigília – o que significa uma intensificação dos protestos por reajuste salarial. Em assembleia realizada na Sociedade Beneficente dos Subtenentes e Sargentos, em Curitiba, representantes de associações militares decidiram por elevar o tom da campanha, mas sem paralisação.
“Essas palavras não estão no nosso dicionário”, garantiu o cabo Bento Eliseu Aleixo, um dos líderes do fórum das entidades de classe da categoria. “Ninguém melhor que nós sabe a falta que o policial militar e o bombeiro fazem. Todas as manifestações serão feitas por militares de folga, inativos e familiares”, antecipa.
O primeiro ato está marcado para esta terça-feira (14), às 13 horas, na praça Nossa Senhora de Salete, sede do poder executivo estadual. Durante 24 horas, os policiais se revezarão para manter velas acesas ininterruptamente. Também estão sendo planejadas novas passeatas, carreatas e panfletagens.
Os policiais militares e bombeiros pedem um reajuste retroativo a 1998, o que faria o piso salarial saltar 105% – de R$ 2,2 mil para R$ 4,5 mil. Se a proposta for aceita, a PM paranaense passa a ter o piso mais alto do Brasil. O governo estadual informou que irá apresentar uma contraproposta ainda nesta semana.
“Se a proposta vier ao encontro dos nossos anseios mínimos, ainda assim será interessante”, avalia Aleixo. Ontem, o secretário de Administração e Previdência, Luis Carlos Hauly, declarou à Gazeta do Povo que o governo não tem condições financeiras de conceder qualquer aumento neste momento.
Os policiais negam que a decisão de não entrar em greve foi motivada pelo desdobramento dos piquetes realizados na Bahia e no Rio de Janeiro, onde líderes foram presos e movimentos foram desarticulados. “A nossa situação é diferente. Aqui, quem descumpre a lei é o governo do estado, ao não implantar a emenda 29 [que garante o subsídio à categoria]. Mas as decisões nesses lugares não nos influenciaram porque a greve não é uma opção”, descarta Aleixo.

Brasil diz à China que pode limitar importações


O Brasil elevou o tom nas negociações com a China e afirmou a repesentantes daquele país que não descarta o uso de proteção (salvaguarda) contra produtos manufaturados chineses.

A possibilidade foi colocada durante reunião da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban), que é o mais elevado mecanismo de consulta bilateral.

Representante do governo brasileiro no grupo, o vice-presidente Michel Temer, criticou em seu discurso o aumento maciço e indiscriminado da importação de mercadorias chinesas no Brasil.

Da parte da delegação chinesa também houve reclamações. A delegação, liderada pelo vice-primeiro-ministro, Wang Qishan, reclamou do impacto provocado pelo aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre os automóveis importados.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Mercado mantém projeções para inflação oficial e Selic em 2012


Analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central mantiveram a estimativa de inflação para ano e 2013. A previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 5,29%, este ano, e em 5%, em 2013. As projeções estão acima do centro da meta de inflação – 4,5% –, mas dentro do limite superior de 6,5%.

Para a taxa básica de juros, a Selic, usada pelo Banco Central (BC) como instrumento para controlar a inflação, a previsão para 2012 continua em 9,5% ao ano, há nove semanas. Para 2013, passou de 10,75% para 10,5% ao ano.

Outra estimativa dos analistas é para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), que permanece em 5,21%, este ano, e foi ajustada de 4,8% para 4,83%, em 2013.

A expectativa para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) passou de 4,98% para 4,86%, este ano, e de 4,9% para 4,97%, em 2013. Para o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), a projeção foi alterada de 4,91% para 4,78% em 2012 e de 4,95% para 5%, no próximo ano.

A estimativa dos analistas para os preços administrados foi mantida em 4%, este ano, e em 4,5%, em 201

Economia do Japão recua 2,3% no 4º trimestre de 2011



Período foi marcado por queda das exportações devido à fraca demanda.
Na comparação com o terceiro trimestre, PIB japonês caiu 0,6%.


A economia japonesa registrou queda de 2,3% no quarto trimestre de 2011, em termos anualizados. Esse foi o quarto trimestre dos últimos cinco em que o PIB japonês recuou, em meio às queda das exportações causada pela fraca demanda global, pelo iene apreciado e pelas inundações na Tailândia.
"Em dezembro, as exportações e a produção aumentaram depois [dos estragos inicialmente causados pelas] enchentes na Tailândia, e se levarmos esses fatores em consideração e olharmos para a situação econômica geral, acredito que podemos dizer que o movimento de alta continua", disse o ministro da Economia, Motohisa Furukawa, em comunicado.
Na comparação com o terceiro trimestre, em termos não anualizados, o PIB japonês caiu 0,6%.
O consumo privado, que responde por cerca de metade da economia japonesa, expandiu-se 0,3% no quarto trimestre. As famílias compraram mais automóveis e gastaram mais com restaurantes no período.
A perspectiva para o primeiro trimestre parece melhor, em meio à expectativa de aumento da demanda relacionada com a continuação da reconstrução após os desastres de março do ano passado e os sinais de vigor da economia americana, embora incertezas, incluindo o iene ainda forte, possam pesar sobre o crescimento.
"Nossa visão de que a economia japonesa vai começar a expandir-se a partir do primeiro trimestre deste ano segue inalterada por causa dos dados recentes de encomendas de maquinários, que mostram que o investimento está acelerando no país", disse o economista do Barclays Capital Yuichiro Nagai.
"O investimento público deverá aumentar no segundo trimestre graças ao impacto do orçamento extra, enquanto as exportações devem crescer no terceiro trimestre, quando as economias estrangeiras deverão gradualmente recuperar impulso", prevê o economista-chefe de mercado da Mizuho Securities Yasunari Ueno

Último líder do Sendero Luminoso é capturado ferido no Peru



O líder mais importante do grupo rebelde peruano Sendero Luminoso foi capturado seriamente ferido por forças de segurança, após ser baleado em uma floresta remota dominada pelo tráfico de drogas, afirmou o presidente Ollanta Humala neste domingo, em sua maior vitória com o que resta do grupo. Anteriormente, Humala havia declarado que Artemio, nome pelo qual é conhecido Florindo Eleuterio Flores, havia sido encontrado morto.
Artemio chefiava o que restava de um grupo de guerrilhas que partiu para o tráfico de cocaína após os fundadores dos rebeldes maoístas terem sido presos durante uma guerra sangrenta contra o Estado nos anos 1990. O Peru é o maior cultivador de coca, matéria-prima da cocaína.
A polícia anti-droga peruana tentava há anos prender Artemio e há dois anos os Estados Unidos ofereceram um prêmio multimilionário por informações que levassem à sua captura. Humala, que lutou contra o Sendero Luminoso quando era um oficial militar nos anos 1990, jurou intensificar os esforços para capturar o que o governo chama de "narco-terroristas."
Com informações das agências Reuters e EFE

Venezuela: Capriles vence eleições da oposição e enfrenta Chávez



Governador do Estado de Miranda (centro) comemora vitória em eleições. Foto: EFEGovernador do Estado de Miranda (centro) comemora vitória em eleições
Foto: EFE
O governador do Estado de Miranda, Henrique Capriles, ganhou as eleições primárias da oposição venezuelana e se tornou o candidato que enfrentará o presidente, Hugo Chávez, nas eleições do dia 7 de outubro.

Com 95% dos votos apurados, Capriles recebeu 1.806.860 votos (62,2%), superando com folga o adversário mais forte, o também governador Pablo Pérez, com 867.601 votos (29%), anunciou a comissão eleitoral da Mesa da Unidade Democrática (MUD), que organizou as primárias. A participação foi de 2.904.710 eleitores, acima das expectativas dos analistas. 
Capriles, 39 anos e governador do segundo maior estado do país, Miranda (região norte, que inclui parte de Caracas), era o favorito nas pesquisas para ser o candidato da oposição à presidência nas eleições de 7 de outubro. 
No pleito, Chávez, de 57 anos, há 13 anos no poder, busca um terceiro mandato.
Além de Capriles e Pérez, governador de Zulia (oeste), a deputada María Corina Machado (103.500 votos), o ex-embaixador Diego Arria (35.070 votos) e o sindicalista Pablo Medina (14.009) também disputaram as primárias. 
"Eu digo a todos em nossa Venezuela, a todo nosso povo: proibido falhar. Viemos para construir um futuro distinto, um futuro para todos os venezuelanos, não é a hora da esquerda nem da direita, é a hora de todos os venezuelanos", declarou o governador de Miranda em um evento em Caracas, ao lado de todos os candidatos. 
Após admitir a derrota, Pérez anunciou que integrará a equipe de Capriles para enfrentar Chávez

Documento iraniano defende ataque a Israel até o ano de 2014



Reprodução do documento publicado no site da agência  Fars. Foto: Reprodução 

Reprodução do documento publicado no site da agênciaFars
Foto: Reprodução
Viviane Vaz
Direto de Jerusalém
Um documento publicado pelo website persa Alef na última passada no Irã veio ao encontro aos temores alardeados pelo Ministério de Relações Exteriores de Israel. Alireza Forghani, estrategista do aiatolá Ali Khamenei, defendeu em um artigo escrito em farsi as razões pelas quais, "em nome de Alá, o Irã deve atacar Israel até 2014". O texto foi reproduzido em outros sites governamentais do Irã, inclusive pela agência Fars. Por outro lado, apesar de sua proximidade com o supremo líder religioso, Forghani procura pontuar que se trata de sua opinião pessoal e não a do governo iraniano.
No texto, Forghani se refere a Israel como "um tumor cancerígeno no Oriente Médio" e diz aos leitores que "todos os problemas" dos iranianos "são culpa de Israel". "Todo muçulmano é obrigado a se preparar contra Israel", diz. Se o mundo muçulmano não atacar Israel no futuro próximo, "a oportunidade pode se perder e talvez não seja possível pará-los". O documento estabelece que uma guerra contra Israel deve ser levada a cabo em nome de "uma jihad defensiva" para proteger o Islã. Para o estrategista iraniano a "ocupação das terras palestinas" justificam o ataque a Israel, uma vez que "as fronteiras políticas não podem separar muçulmanos e a Terra está dividida em duas partes - países muçulmanos e não-muçulmanos". Forghani provê uma descrição de mísseis de longo e médio alcance que poderiam destruir Israel em "menos de nove minutos".
Um diplomata israelense consultado pelo Terra lamentou o artigo, apesar de avaliar não ser "novidade" o fato de, que para o regime iraniano, Israel não seja um país legítimo. "Eles consideram nosso país como um câncer que deve ser retirado do Oriente Médio. Ahmadinejad e a elite governamental iraniana repetem a todo momento que Israel deve ser destruído", afirmou o representante israelense do Ministério de Assuntos Exteriores em Jerusalém. "E exatamente por isso acreditamos que o Irã é uma ameaça e sua política e programa nuclear atômico devem ser bloqueados", defendeu o funcionário.
Nas últimas semanas o governo israelense do premiê Benjamin Netanyahu tem insistido que a comunidade internacional tome medidas contra o avanço do programa nuclear iraniano, que consideram ter fins bélicos. O vice-ministro de Relações Exteriores de Israel, Dany Ayalon, pediu esta quinta-feira à Colômbia, como atual representante do comitê que monitora as sanções contra Irã e Sudão e como membro não-permanente do Conselho de Segurança da ONU, que implemente um embargo à exportação de petróleo iraniano como forma de pressionar o regime a paralisar seu controverso programa nuclear.
Especialistas têm alertado para o risco de conflito entre Israel e Irã, uma vez que ambos os países vem aumentando a guerra retórica e psicológica travada nos meios de comunicação. Existe o temor de que Israel realize um ataque preventivo para se defender das ameaças de destruição propagadas pelo Irã. No último domingo, o presidente norte-americano, Barack Obama, tentou acalmar os ânimos. "Não acredito que Israel já tenha tomado uma decisão", disse Obama.
Para o analista político iraniano, Trita Parsi, a solução seria aceitar o enriquecimento limitado de urânio em solo iraniano sob o estrito controle das inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), "com uma transparência e regime de verificação que torne a militarização do programa praticamente impossível". No entanto, Parsi avalia que existe uma falta de vontade política tanto em Teerã, quanto na Washington em ano de eleições, para resolver o aumento da tensão entre Israel e Irã.
"É o que levou Obama a ceder ao Congresso e a Israel, e a adotar uma política equiivocada, e o que levou a liderança dividida em Teerã a ter mais medo do compromisso (político) do que uma escalada (do conflito)", conclui Parsi