quarta-feira, 21 de março de 2012

Em três meses, 52 caixas eletrônicos são atacados no Paraná


Cinquenta e dois ataques a caixas eletrônicos foram registrados no Paraná em 2012. O município de  Curitiba registrou cinco explosões e seis arrombamentos com a utilização de maçaricos. Os dados foram informados à Gazeta do Povo pelo Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região nesta terça-feira (20) e incluem também as tentativas feitas pelas quadrilhas.

Para o delegado-chefe da Delegacia de Furtos e Roubos de Curitiba, Rodrigo Brown de Oliveira, a falta de investimento em segurança por parte dos bancos e a fiscalização falha do Exército quanto ao comércio de explosivos são dois motivos que explicam esses números.

O número registrado no estado em menos 90 dias é pouco menor do que o verificado em todo o ano de 2011. Houve 69 ataques a caixas eletrônicos no Paraná no ano passado (incluindo explosões a arrombamentos com maçaricos). Desses, 50 ocorreram em Curitiba e região.
Mesmo assim, pelo menos três explosões foram registradas na capital após as prisões citadas pelo delegado, de acordo com o balanço do sindicato. "A Polícia Civil é apenas a ponta do iceberg. O trabalho é prejudicado pela falta de iniciativa de outros setores”, argumentou o delegado.Brown afirmou que os ataques em Curitiba e região diminuíram após a prisão de uma quadrilha que agia nessa região, em 6 de fevereiro. Três pessoas suspeitas de integrar uma das gangues da dinamite foram presas e outra morreu em confronto com a polícia. Parte da quadrilha segue atuando em São Paulo e Santa Catarina e seria responsável pelos ataques em cidades paranaenses próximas à divisa com esses dois estados, de acordo com o delegado.
A opinião do delegado é semelhante a do presidente do presidente do Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região, João Soares, que apontou ainda outro problema. Segundo ele, alguns ataques não são denunciados pelos bancos à polícia para não denegrir a imagem das instituições. “É uma situação assustadora que expõe os trabalhadores e os clientes dos bancos e dos comércios com esses equipamentos”, afirmou Soares.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou, em nota, que as instituições associadas têm como sua maior preocupação a segurança de clientes, funcionários e consumidores. Por isso, investem anualmente nos mais variados itens que compõem a segurança, sendo ela física ou tecnológica, quase R$ 10 bilhões.
A reportagem ainda espera um retorno da comunicação do Exército.
Além dos ataques aos caixas eletrônicos, houve 29 assaltos a bancos e tentativas no Paraná em 2011. Nesse ano já houve dez registros desse tipo.
Audiência pública
Uma audiência pública será realizada na Assembleia Legislativa do Paraná na quarta-feira (21), às 8h30, para discutir os ataques aos caixas eletrônicos no Paraná. Os sindicatos dos vigilantes e dos bancários de Curitiba e região, parlamentares e autoridades devem tratar do problema.
Os ataques também motivaram uma reunião de membros do Ministério Público do Paraná com representantes do governo do estado e das instituições financeiras na última quinta-feira (15).
Explosivos
Entre os 52 ataques a caixas eletrônicos registrados em 2012, boa parte deles aconteceu com o uso de explosivos. Segundo o levantamento do Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região foram 27 ataques deste tipo neste ano.
Um dos mais lembrados é um roubo na metade de janeiro, quando bandidos usaram dinamite para explodir um caixa eletrônico dentro de um shopping automotivo no bairro Ta­­rumã, em Curitiba. Na explosão, duas funcionárias da equipe de limpeza ficaram feridas. A quadrilha fu­­giu levando dinheiro do terminal, além de duas armas e dois coletes balísticos de seguranças.

Governo apresenta proposta de reajuste a professores das estaduais


O governo propôs nesta terça-feira (20) aos sindicatos dos professores de universidades estaduais um reajuste salarial de 31,73% em quatro ou cinco parcelas anuais. Com isso, a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) espera impedir a greve ameaçada pelos docentes em uma paralisação realizada pela categoria no último dia 7 de março. A proposta, divulgada no fim da tarde desta terça (20), passou a ser analisada pelos sindicatos em assembleias realizadas em várias cidades do estado. Até as 18h50, apenas o Adunioste, Sindicato dos Docentes da Unioeste, havia confirmado que aceitará a oferta do governo.
“Estudamos uma forma de atender à justa reivindicação de equiparação salarial dos professores sem deixar de respeitar a capacidade econômica e financeira do governo”, explicou secretário de estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Alípio Leal. A proposta foi mediada também por reitores das universidades que estiveram nesta terça-feira em Curitiba.O reajuste oferecido equipara os vencimentos da categoria com os salários dos técnicos de nível superior contratados para trabalhar nas universidades. A Seti e a Secretaria Secretário de Administração e Previdência (Seap) ofereceram duas formas de aplicação do aumento. A primeira em quatro parcelas de 7,41%, a serem feitas anualmente no mês de outubro a partir de 2012. A segunda, em cinco vezes de 5,66%, com início em julho de 2012 e término no mesmo mês em 2016.
Participaram da mobilização do último dia 7 de março 90% dos professores da Universidade Estadual de Londrina (UEL), da Universidade Estadual de Maringá (UEM), da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), da Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp) e duas das unidades da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), a Faculdade Estadual de Ciências Econômicas de Apucarana (Fecea) e a Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão (Fecilcam).

Ataques fariam Irã produzir armas nucleares, diz ministro russo


O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou nesta terça-feira que eventuais ações militares contra o Irã podem levar o país a produzir armas nucleares. "Não há informação de que as autoridades iranianas tenham tomado a decisão política de produzir armas nucleares, mas em caso de ataques, certamente vão tomá-la", afirmou Lavrov em entrevista a emissora de rádio russa Kommersant.
O ministro acrescentou que a política de "aumento da tensão" em torno do programa nuclear iraniano pode ser um motivo para outros países desenvolverem armamento nuclear. Segundo Lavrov, alguns países vizinhos do Irã já admitem que o ex-ditador líbio Muammar Kadafi não teria sido deposto como foi se seu país tivesse à disposição armas nucleares.
Em sua opinião, as sanções contra Teerã "criam mais ameaças ao regime de não-proliferação" de armas nucleares do que o reforça. Além disso, o ministro advertiu que, em caso de ataque militar contra o Irã, seria impossível para a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) seguir inspecionando as instalações nucleares do país árabe.

França: vítimas de ataque a escola morreram com tiro na cabeça


As sete vítimas das matanças de Toulouse e Montauban (sul da França) morreram com um tiro na cabeça a queima-roupa disse nesta terça-feira o procurador da República a cargo da investigação, François Molins. "Todas as vítimas morreram por causa de um tiro a queima-roupa na altura da cabeça", declarou em uma coletiva de imprensa, informando que "estão trabalhando com todas as possibilidades".
Molins acrescentou que o autor dos três ataques dos últimos dias, em que morreram três militares, um rabino, duas crianças de 4 e 5 anos, e uma menina de 7, sabe que está sendo "perseguido" e é "capaz de agir novamente". É "um indivíduo extremamente determinado, que tem sempre o mesmo modo de agir e cujas ações são premeditadas", afirmou o promotor que dirige esta investigação, classificada como anti-terrorista. Nós observamos que os três ataques foram realizados em um espaço de poucos dias, mas não há certezas, acrescentou.
O homem, que se locomove de moto, matou um militar no dia 11 de março em Toulouse, outros dois no dia 15 de março em Montauban (55 km ao norte), e um rabino, professor de uma escola judaica de Toulouse, e três crianças, na segunda-feira. Os três militares mortos eram de origem magrebina.
O procurador de Paris, onde estão centralizadas as investigações em virtude da competência anti-terrorista da procuradoria parisiense, destacou que as três matanças constituem atos premeditados e de "terrorismo no sentido jurídico". Ele lembrou "que no direito francês, a definição de terrorismo não é uma definição política mas sim uma definição jurídica".
"As circunstâncias em que foram cometidas estas três matanças perturbaram gravemente a ordem pública pela intimidação e pelo terror, e os ataques podem ser caracterizados como atos de terrorismo no sentido da definição contida em nosso código penal", explicou. O promotor indicou que os investigadores ouviram centenas de pessoas, mas não houve detenções.
O promotor comentou as declarações feitas de manhã pelo ministro do Interior Claude Guéant, que tinha indicado que, segundo testemunhos, o assassino levava uma pequena câmera quando cometia seus crimes. Não há "certezas" sobre esse ponto, informou.

Em 5 anos, China amplia venda de armas em 95 por cento


A China está trocando sua condição histórica de grande importadora de armas por um lugar de destaque no ranking dos maiores fornecedores de armamento do mundo. A mudança estratégica ficou evidente em uma pesquisa divulgada ontem pelo Stockholm Institute for International Peace (Sipri), da Suécia, com dados do comércio global de armas no quinquênio de 2007-2011.
Apesar da crise financeira na Europa e nos EUA, o mercado bélico no mundo cresceu 24% nesses cinco anos, revela ainda o levantamento. A Ásia puxou o crescimento, importando 44% do armamento global.
Pequim impressiona por um movimento duplo. Na lista de maiores compradores, cedeu a liderança à Índia e passou a ocupar o quarto lugar, atrás de Coreia do Sul e Paquistão. Ao mesmo tempo, subiu rapidamente no ranking de grandes exportadores e agora ameaça roubar o quinto lugar da Grã-Bretanha.
Paul Holtom, um dos coordenadores da pesquisa, afirma que os chineses encontraram um atalho especial para avançar na lista dos grandes exportadores: a sede do Paquistão por armas. "Embora Pequim tenha vários clientes, a emergência de Islamabad como um grande importador de armamento chinês fez uma tremenda diferença", disse Holtom ao Estado. "A China também passou a ameaçar mercados antes cativos da Rússia na África e América Latina", completa.
A ascensão chinesa no mercado bélico, portanto, seria uma tendência estrutural e não um ponto fora da curva. "Era algo que já estávamos esperando." Os EUA continuam como o maior exportador de armas do mundo - 30% do total. A Rússia vem depois, com 24%.
Clientes. A pesquisa do Sipri chama ainda atenção para alguns casos especiais. A Síria, por exemplo, multiplicou por seis a importação de armas nos últimos cinco anos. Desse arsenal, 78% veio da Rússia.
A Venezuela ampliou suas compras em 550% no mesmo período. Holtom afirma que, além da busca de Caracas por um novo patamar estratégico, o governo venezuelano teve de contornar a falta de manutenção e suprimentos antes vindos dos EUA. "A Rússia aproveitou-se e concedeu linhas de crédito generosas a Caracas."
O Brasil caiu duas posições e tornou-se o 32.º importador de armamento em 2007-2011. Holtom, porém, afirma que a provável compra de novos caças, além de submarinos Scorpène, deverá fazer o País saltar várias posições no próximo levantamento.

Reforma das Forças Armadas da Rússia está quase concluída


A reforma das Forças Armadas russas está praticamente concluída. As FA se tornaram mais capazes de enfrentar as ameaças de guerra moderna, declarou o presidente Dmitri Medvedev em uma reunião do conselho consultivo alargado do Ministério da Defesa em Moscou.

O presidente observou que, de 2008 a 2011, a quota-parte de moderno equipamento militar  nas Forças Armadas aumentou consideravelmente e que a intensidade do treinamento de combate e operacional triplicou.
O presidente garantiu que a defesa nacional será financiada significativamente até 2020. Sublinhou que “a segurança dos nossos cidadãos, do nosso país e dos nossos aliados precisa de uma protecção garantida.”

Rússia dará resposta à DAM norte-americano
Discursando em reunião ampliada do Colégio do Ministério da Defesa, o Presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, exortou aos preparativos para um grande reequipamento das Forças Armadas, para que em 2017-2018 o país esteja em condições de dar uma resposta à sistema de defesa antimissil norte-americana situada na Europa. A Rússia exige dos EUA garantias jurídicas de que a referida DAM não alvejará Moscou. Mas Washington recusa-se a fornecê-las, limitando-se a asseverações verbais.
Neste contexto, o Presidente anunciou uma série de passos russos. Por exemplo, foi posta em funcionamento uma estação radar em Kaliningrado e foi reforçada a proteção de instalações estratégicas nucleares russas. Além disto, foi formulada a tarefa de desenhar medidas visando destruir sistemas de informação e comando da DAM. Mísseis balísticos estratégicos, fornecidos às tropas de mísseis estratégicos e à Força Naval, foram dotados de novos aparelhos destinados a “perfurar” a DAM e novas ogivas de alta eficiência.

Se os EUA continuarem a instalar seu sistema global de DAM em torno da Rússia, Moscou reservar-se-á o direito de desistir de novos passos no domínio de desarmamento e até mesmo de abandonar o Tratado de Armamentos Estratégicos Ofensivos.


China está preocupada com plano norte-coreano de lançar satélite


O ministério chinês das Relações Exteriores manifestou nesta terça-feira sua preocupação em relação ao plano norte-coreano de lançar um satélite de observação em abril, embora tenha descartado que o tema será debatido na próxima cúpula de Segurança Nuclear que será realizada na próxima semana, entre os dias 26 e 27 de março, em Seul, na Coreia do Sul.
"China expressou sua preocupação a todas as partes e pediu que atuem com calma e moderação", afirmou em entrevista coletiva o diretor-geral de Assuntos Asiáticos do ministério, Luo Zhaohui.
O caso do satélite da Coreia do Norte foi tratado ontem pelo representante da China para o diálogo a seis para a desnuclearização da península coreana, Wu Dawei, num encontro em Pequim com o vice-ministro de Relações Exteriores norte-coreano, Ri Yong-ho, informou Zhaohui. A China também examinou o assunto com representantes dos outros governos que participam do diálogo (Estados Unidos, Rússia, Coreia do Sul e Japão).
Zhaohui recomendou à Coreia do Norte que aproveite o atual momento de consenso com os Estados Unidos, alcançado após as reuniões realizadas em fevereiro, em Pequim, onde foi negociado o envio de ajuda alimentícia a Pyongyang em troca da suspensão de suas atividades nucleares.
Em 16 de março, a Coreia do Norte anunciou que lançará em abril um "satélite de observação terrestre", coincidindo com o centenário do nascimento de Kim Il-sung, fundador do regime e avô do atual líder máximo do país, Kim Jong-um.
A Coreia do Sul condenou ontem estes planos, que definiu como uma "grave provocação" e vinculou a medida ao desenvolvimento de armas nucleares por parte do país comunista.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Comércio mundial de armas cresceu 24 por cento nos últimos 5 anos, aponta estudo



De acordo com o levantamento, o comércio de armas aumentou 24% entre 2007 e 2011, sobretudo por conta da militarização empreendida pelos países asiáticos.
Os Estados Unidos permanecem como o maior exportador mundial, seguido de Rússia, Alemanha, França e Grã-Bretanha.
A Índia se tornou o maior importador de armas do mundo, seguida de Coreia do Sul, Paquistão, China e Cingapura.
Segundo os autores do estudo, a Índia ultrapassou a China como maior comprador graças em grande parte ao fato de que a indústria bélica chinesa cresceu muito nos últimos cinco anos.
As armas compradas pelos indianos representaram 10% do comércio mundial no período analisado.
O relatório dá assim um novo sinal da corrida armamentista na Ásia. Um estudo também divulgado neste mês por um centro de estudos de Londres indicava que os gastos militares asiáticos superarão os europeus pela primeira vez em 2012.
Stephanie Blencker, da Sipri, afirmou que a China está a ponto de entrar no grupo dos cinco maiores vendedores de armas do mundo, sobretudo por conta de suas vendas ao Paquistão.
Mas seus motivos não são puramente financeiros, segundo ela. A China teria também como objetivo, ao elevar suas exportações de armas, aumentar sua influência.
Porém Blenckner observa que a diferença entre a quantidade de armas vendidas pelos Estados Unidos e pela China ainda é muito grande.

Primavera Árabe

O relatório também mostra que as vendas de armas aos países protagonistas da Primavera Árabe não mudaram substancialmente no último ano.
Apesar de os Estados Unidos terem revisado em 2011 suas políticas de comércio de armas para a região, continuam sendo o maior fornecedor à Tunísia e ao Egito.
Os Estados Unidos venderam 45 tanques ao Egito no ano passado, e prometeram ao governo egípcio mais cem.
A Rússia, por sua vez, vendeu no ano passado a maior parte dos armamentos comprados pela Síria, incluindo aviões de combate e um sistema de mísseis.
O Sipri explica que os questionamentos éticos de exportar armas a países instáveis têm um impacto limitado.
A compra de armamentos não está necessariamente ligada à existência de ameaças externas, segundo o centro de estudos sueco.
Alguns países as compram simplesmente para aumentar seu prestígio internacional.
Mas a capacidade de pagar por elas segue sendo um fator importante, como aponta o jornalista da BBC John McManus. Ele destaca que as importações de armas pela Grécia vinham caindo progressivamente ao longo da última década, até zerarem totalmente no ano passado.


Líbia: a "Primavera" virou caos



Anunciava-se que se tinha em vista garantir o observância do embargo para o fornecimento de armas ao regime de Muamar Kadhafi e a interdição do espaço aéreo para a aviação líbia, a fim de tornar impossível a sua utilização contra a população pacífica.
A Rússia, a China e a Alemanha abstiveram-se na votação. Moscou recusou-se a votar a favor, pois supunha que a resolução podia ser interpretada livremente pelo Ocidente e servir de sinal para o início de uma intervenção militar. Ao mesmo tempo, não impôs o seu veto, pois esperava a que a observância rigorosa da resolução resultasse na cessação da confrontação militar entre as autoridades e os insurretos. Em resultado disso, a variante líbia da “Primavera Árabe” resultou na intervenção  e no derrubamento e assassinato de Muamar Kadhafi. A operação militar do Ocidente e dos seus aliados “Odisséia. O Alvorecer” fez o país mergulhar no caos, - opina o presidente do Instituto do Oriente Médio, Evgueni Satanovski.
“O motim separatista em Benghazi, que dera outrora início à “Primavera Árabe”, teve sua continuação lógica. A Cyrenaica anunciou a sua autonomia e isso torna evidente por que motivo a Arábia Saudita e o Qatar levaram a cabo a operação de derrubamento de Kadhafi. Hoje a hostilidade entre as tribos já alcança o nível de genocídio, são massacradas algumas tribos africanas. A bandeira da “Primavera Árabe” não resultou na formação de nenhuma democracia na Líbia – o país está à beira do desmoronamento”.
Ao apoiar a luta dos insurretos contra Muamar Kadhafi, o Ocidente pensava em tudo menos nas reformas democráticas na Líbia, - tinha em vista apenas os recursos do país. Mas os países ocidentais não conseguiram estabelecer o seu controle nem sequer sobre estes recursos, - assevera Serguei Demidenko, perito do Instituto de Estimativas e Análises Estratégicas.
“O Reino Unido e a França tentaram estabelecer o seu controle sobre o petróleo líbio. Mas este objetivo também não foi alcançado pois a exploração de jazidas petrolíferas é possível apenas quando existe estabilidade política. Quando no país se trava uma guerra de todos contra todos, este objetivo torna-se irrealista. Por outro lado, a União Européia obteve um foco poderosíssimo de proliferação do radicalismo islâmico”.
O poder local está nas mãos de comandantes de campo, mais de cem mil líbios estão armados e a atividade do Conselho Nacional de Transição é confusa e nebulosa. Até hoje nem sequer se sabe ao certo quem é que faz parte deste tal conselho. E quem é que ganhou com a variante líbia da “Primavera Árabe”? O perito do Instituto de Estudos Orientais junto da Academia de Ciências da Rússia Aleksei Podserob tentou dar uma resposta a esta questão.
“Ganharam os países em cujos bancos se encontram os ativos líbios, que não foram descongelados definitivamente até hoje. Ganhou, certamente, o Qatar pois o derrubamento do regime de Kaddafi permitiu-lhe reforçar consideravelmente a sua influência política nesta região”.
O perito constatou que, durante o ano passado, o PIB da Líbia baixou bruscamente, o desemprego aumentou, enquanto o nível de vida decaiu. Mais de dez mil pessoas estão nas prisões e as repressões contra os partidários de Kadhafi continuam. Todas as tentativas da Corte Criminal Internacional de conseguir informações objetivas sobre a situação nas prisões resultam invariavelmente em fracasso.

Com 25 votos, João do Suco é eleito novo presidente da Câmara Municipal


O vereador João do Suco (PSDB) foi eleito o novo presidente da Câmara Muncipal de Curitiba, com 25 votos, na tarde desta segunda-feira (19). Paulo Salamuni (PV) recebeu 11 votos. Os vereadores Juliano Borghetti (PP) e Caíque Ferrante (PRP) se abstiveram de votar. O vereador eleito assume o cargo já nesta segunda-feira.
João do Suco foi cumprimentado por seus colegas e, na sequência da votação, assinou o documento que o transfere o cargo. Na antesala do plenário, alguns manifestantes insatisfeitos com o resultado gritaram "laranja", alegando que o vereador eleito significa a continuidade da gestão de João Cláudio Derosso.



Promessas
Após 15 anos de comando de João Cláudio Derosso (PSDB), há consenso entre os candidatos à presidência de que a transparência é o caminho ideal para recuperar a imagem da Casa.
Algumas promessas feitas pelos candidatos foram a demissão de comissionados, seguindo a determinação do Ministério Público; a adequação à Lei da Transparência (que prevê a publicação dos atos administrativos, despesas e funcionários); a divulgação correta de dados no Diário Oficial; a manutenção da atual chamada (que obriga os vereadores a estarem presentes no início e fim das sessões); e, por fim, a realização de uma auditoria para avaliar o período em que Derosso esteve na presidência.
Transparência não tem volta
Independentemente de quem seja eleito presidente da Câmara, o processo de transparência é um caminho sem volta, na avaliação de Fabrício Tomio, cientista político e professor da UFPR. “As instituições de controle, como o Ministério Público, estão funcionando. Também há a opinião pública, formada por imprensa e eleitores, exigindo o cumprimento das leis.”
De acordo com ele, o conjunto de acusações ao ex-presidente João Claudio Derosso torna esse rumo ainda mais evidente. “Todas as denúncias que levaram o antigo presidente à renúncia tiveram impacto positivo para que, em um futuro próximo, a Câmara se adapte às exigências legais e dos cidadãos.”
Para Luciana Veiga, também da UFPR, a troca de presidente pode favorecer a relação entre partidos. “Embora se saiba que isso é difícil de acontecer, o presidente deve receber as demandas dos líderes de bancada, favorecendo o diálogo”, diz.
Denúncias contra Derosso
Em julho do ano passado, a Gazeta do Povo publicou uma matéria mostrando que a Oficina da Notícia, empresa de sua esposa, Cláudia Queiroz Guedes, recebeu R$ 5,1 milhões da Câmara após vencer uma licitação para publicidade da Casa. 
No mesmo mês, a Gazeta do Povo mostrou que a Câmara contratou quatro funcionários da Assembleia Legislativa do Paraná, num caso de duplo emprego público, o que é proibido. Entre os contratados estava João Leal de Mattos acusado pelo Ministério Público do Paraná de ser um dos operadores do esquema de desvio de dinheiro da Assembleia denunciado pela série de reportagens Diários Secretos, da Gazeta do Povo e da RPC TV.

Após o recesso do meio do ano, o presidente se manteve afastado da Câmara. No dia 2 de agosto, retornou e fez um discurso dizendo ser vítima de uma “inquisição”. Em 21 de novembro, Derosso pediu afastamento da presidência da Câmara por 90 dias.
Derosso está no seu sexto mandato como vereador. O primeiro foi em 1988 e ele foi reeleito em 1992, 1996, 2000, 2004 e 2008. Segundo o site da Câmara dos Vereadores, Derosso foi primeiro-secretário da Casa em 1991 e 1992 e assumiu dez vezes o comando da prefeitura de Curitiba.

sábado, 17 de março de 2012

Detectada mancha de óleo de 1km do vazamento da Chevron


Marinha detectou neste sábado (17) uma tênue mancha de óleo com cerca de um quilômetro de extensão no Oceano Atlântico, após o vazamento anunciado na quinta-feira pela companhia petrolífera americana Chevron.
A mancha está a 130 quilômetros do litoral do estado do Rio de Janeiro, na região do Campo de Frade, onde aconteceu o vazamento, causado por uma rachadura no fundo do mar, atestou comunicado conjunto da Marinha, da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama).
As autoridades anunciaram que no começo da próxima semana haverá uma reunião para avaliar os danos ambientais e coordenar as ações de resposta.O vazamento foi identificado a três quilômetros de distância do poço da Chevron que teve de ser selado em novembro após o vazamento de 2,4 mil barris de petróleo.

O Ministério Público Federal se pronunciou na sexta-feira que pretende apresentar denúncia penal contra os responsáveis da companhia americana pelo derramamento desta semana e pelo de novembro.
A empresa já é alvo de diversas multas e enfrenta processos que pedem a cassação da licença de operação no Brasil, além do pagamento de inúmeras indenizações.
Ao divulgar o recente derramamento, a Chevron comunicou que vai suspender temporariamente a produção de petróleo no Campo de Frade, que fica na Bacia de Campos, região de onde é extraído cerca de 90% do petróleo do Brasil.
Por dia, a Chevron retirava 61,5 mil barris de petróleo do Campo de Frade, que tem reservas estimadas entre 200 e 300 milhões de barris de petróleo recuperáveis.
A companhia americana é a operadora do projeto, com 51,74% das ações. O restante é dividido entre a Petrobras, com 30%, e o consórcio japonês Frade, com os 18,26% restantes.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Salário da PM aumenta pressão das Forças


A retomada da movimentação para a votação da PEC 300, que prevê um piso salarial para as Polícias Militares (PMs), com consequente reajuste de seus vencimentos, será mais um ingrediente para aumentar a temperatura nas Forças Armadas. Os militares estão muito insatisfeitos com os seus salários e alertam que, em vários casos, seus rendimentos são inferiores aos das PMs, que são forças auxiliares das Forças Armadas. Por isso, reivindicam um reajuste de 47%.
A comparação mostra que um coronel da PM de Sergipe, por exemplo, ganha R$ 17,2 mil e o do Distrito Federal, R$ 16,3 mil, ao passo que um coronel do Exército recebe R$ 13 mil. Enquanto um general de Exército, último posto da carreira militar, com 45 anos de serviço, recebe R$ 18,8 mil, o salário médio no Banco Central é de R$ 17,4 mil, no Ministério Público é de R$ 19,5 mil , no Legislativo é de R$13,9 mil e no Judiciário é de R$12,3 mil.
Logo que assumiu o cargo, o ministro da Defesa, Celso Amorim ouviu dos comandantes as queixas da categoria e relatos da pressão que estão sofrendo. Ainda no ano passado, depois de muitas discussões internamente nas três Forças, uma proposta foi encaminhada à Defesa, pedindo um reajuste salarial de 47%.
Os militares lembram que o último reajuste que receberam foi em 2008. O aumento foi distribuído em suaves parcelas, sendo a última paga em julho de 2010 - e já defasada.
Perdas. Vários estudos salariais circulam na tropa, quantificando perdas e trazendo comparações. Só de inflação, desde o último reajuste até o final do ano passado, os militares alegam que já perderam 18%.
Os clubes militares, que em muitos casos funcionam como a voz do pessoal da ativa - que não pode se pronunciar -, têm batido nesta tecla constantemente. De setembro para cá, o Clube Militar, que representa o Exército, já publicou quatro informes sobre a situação salarial da categoria. Os estudos, que podem ser lidos na página do Clube Militar na internet, mostram as diferenças salariais por enquadramento funcional.
Segundo o levantamento, um coronel do Exército, com mais de 30 anos de serviço e "com atribuições que podem se estender por extensas áreas urbanas ou pelas fronteiras do país e 500 a mil militares sob sua responsabilidade direta", ganha menos que um major da PM do DF (R$13,4 mil). Seus rendimentos são também inferiores aos de um perito criminal de terceira categoria ((R$13,3 mil) e quase iguais aos do terceiro secretário, primeiro posto da carreira diplomática (R$12,9mil).
Nos diversos gráficos apresentados nos informes, o Clube Militar descreve cada um dos recentes aumentos concedidos às diversas categorias, apesar da "conjuntura econômica dita desfavorável", sem que se ouça falar em aumento para os militares "como se isso fosse absurdo ou inapropriado".
O texto ressalta ainda que "as carreiras mais bem aquinhoadas com aumentos de salário, nos últimos anos, são representadas por fortes sindicatos ou associações de classe, que lutam por seus interesses independentemente da ação dos ministérios a que pertencem, quando não têm a prerrogativa legal de estabelecer seus próprios vencimentos".
Conforme o relatório, muitas destas categorias, "contam, ainda, com o direito de greve, que pode paralisar sensíveis áreas do serviço público, o que lhes dá grande poder de pressão". A mensagem salienta que, no caso dos militares, as reposições salariais são tratadas como "concessões".
Recentemente, o Clube Militar irritou o Planalto, ao postar um "manifesto" recriminando a presidente Dilma Rousseff por não censurar as ministras Maria do Rosário e Eleonora Menicucci por declarações das duas sobre a Lei da Anistia.

segunda-feira, 5 de março de 2012

China está preparando seu exército para vitória


O exército chinês deve ser treinado de tal maneira para alcançar vitórias em guerras locais, declara o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, no seu relatório divulgado entre jornalistas.
“Vamos melhorar as capacidades de nossas forças armadas para que possam resolver uma ampla série de tarefas militares, a mais importante das quais é vencer em guerras locais nos tempos do século de informação,” destaca o relatório, com que o primeiro-ministro discursará na sexta-feira na sessão anual da Assembleia Popular Nacional da China em Pequim.
Está previsto que o orçamento militar da China em 2012 terá 106 mil milhões de dólares, ou seja, será 11,2% maior do que os gastos do país para segurança em 2011.

Serra sobe 9 pontos e lidera voto em SP, diz Datafolha

Pré-candidato do PSDB à prefeitura de SP tem 30% das intenções
Pesquisa Datafolha mostra o pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, em primeiro lugar entre as intenções de voto do eleitorado paulistano. Ele tem 30% das intenções, segundo a pesquisa. Em relação ao levantamento anterior, de final de janeiro, Serra subiu 9 pontos porcentuais. Em segundo lugar ficou Celso Russomano (PRN), com 19%, com avanço de 2 pontos. Fernando Haddad, do PT, tem 3%, caindo 1 ponto sobre a pesquisa anterior.
Segundo o levantamento, a terceira colocação entre as intenções de voto ficou com Netinho de Paula (PCdoB), com 10%, um ponto a menos do que no final de janeiro. Em quarto está Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, com 8%, estável ante a pesquisa anterior. Soninha Francine (PPS) tem 7%, registrando queda de 2 pontos nas intenções de voto, e está empatada com Gabriel Chalita (PMDB), que também tem 7%, um ponto a mais do que em janeiro.
O Datafolha ouviu 1.087 eleitores. A pesquisa tem margem de erro de 3 pontos porcentuais para mais ou para menos e foi feita em 1º e 2 de março, com registro no TRE-SP 00009/2012. O levantamento anterior foi em 26 e 27 de janeiro.

Novo regime de previdência adia concursos

O governo federal está segurando a realização de concursos para cargos no Executivo para acelerar as contratações só a partir de 2013, quando o fundo de previdência complementar dos servidores públicos deverá estar funcionando plenamente. A atitude se deve ao fato de que 40% dos servidores públicos federais terão tempo de serviço suficiente para se aposentar em cinco anos e a ideia é contratar os substitutos já pelo novo regime de previdência. O projeto de lei que cria o fundo de previdência complementar dos servidores públicos – que aguarda apreciação pelo Congresso Nacional desde 2007 e deve ser votado nesta terça-feira – estabelece que o teto de aposentadoria do funcionalismo público federal será o mesmo que o do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que atualmente é de R$ 3.916,20. Ou seja, os servidores que quiserem ter uma aposentadoria superior ao teto do INSS terão de fazer uma contribuição de 8,5% do salário para o fundo por 35 anos. Deverão ser constituídos três fundos para atender os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Os militares não estão contemplados.
O secretário explicou que o déficit dos servidores públicos federais, incluindo os militares, deverá ultrapassar a marca dos R$ 60 bilhões em 2012 para atendimento de um pouco menos de um milhão de trabalhadores. Já o Regime Geral de Previdência Social (RGPS), administrado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), deve ter um resultado negativo de cerca de R$ 39 bilhões neste ano com o pagamento de cerca de 24 milhões de benefícios previdenciários.
Despesa
Em 2012, não deverá haver um aumento substantivo das despesas por conta do fundo porque não é esperada apenas a realização de alguns concursos pontuais, conforme já foi anunciado pela ministra do Planejamento, Miriam Belchior. Assim que for aprovado, no entanto, o governo terá que fazer um ajuste no orçamento deste ano para incluir o aporte de R$ 100 milhões da União para o fundo.
Até 2014, haverá um acréscimo adicional nos gastos públicos de cerca de R$ 30 milhões referente à contribuição da União para os servidores que serão contratados sob o novo regime. Essa estimativa considera o fato de que em média 27 mil servidores são contratados por ano com um salário de cerca de R$ 8,9 mil. Apesar dessa elevação inicial das despesas, a expectativa é de que a União tenha uma economia de mais de R$ 20 bilhões em 2070.

Policiais Militares do 5º Comando Regional da PM (5º CRPM), situado em Cascavel (PR), prenderam sete pessoas e apreenderam dois adolescentes, suspeitos de integrarem uma quadrilha de arrombadores de cofres e caixas eletrônicos que vinha atuando na região oeste e sudoeste do Estado. Durante as ações, também foram apreendidas uma pistola 9 mm, um revólver calibre 38 e cinco veículos.

Os presos são suspeitos de participarem de diversos crimes em sete municípios da região oeste e sudoeste do Estado. Segundo informações da tenente Marcia Bobko Bilibio, oficial de comunicação social do 5º CRPM, a primeira ação da suposta quadrilha ocorreu na noite de terça-feira (28) onde, uma caminhonete Iveco/Daylicampo 3510 foi roubada no pátio de uma empresa situada em Cascavel.

“A quadrilha utilizou o veículo para arrombar o caixa eletrônico de um banco no município de Iracema do Oeste (PR). A parede foi completamente destruída pela caminhonete, porém, os suspeitos não conseguiram retirar o cofre, pois ele estava chumbado junto à parede. Sendo assim, a quadrilha levou um colete balístico e um cinto de guarnição de uma empresa de vigilância”, relatou a tenente.

O veículo foi localizado pelos policiais militares, abandonado e parcialmente danificado. Em buscas realizadas dentro do carro, foi encontrado o cinto de guarnição que havia sido furtado. De acordo com a tenente, em seguida, os suspeitos abordaram o condutor de um veículo Ford/Escort, próximo ao Distrito de Carajá (PR), obrigando-o a levá-los por estradas rurais até o município de Jotaesse (PR) onde o veículo teve problemas mecânicos e foi abandonado.

“Recebemos informações de que outro carro estaria esperando a quadrilha em Jotaesse para levá-los até Cascavel. Neste momento, a PM efetuou buscas nas proximidades e localizou um veículo, GM/Vectra, sob um canteiro, que seria utilizado na fuga”, contou a tenente. Ainda segundo Marcia, o carro pertence a mãe de um dos suspeitos. Dentro dele foi encontrado um carregador para pistola calibre 9 mm e nas redondezas, o colete balístico e alguns documentos.

A tenente contou que moradores teriam informado que quatro pessoas, sendo duas armadas, se deslocaram sentido a um pesqueiro no Distrito de Jotaesse, nas proximidades da saída para Cascavel. No pesqueiro, o proprietário relatou que os quatro suspeitos teriam roubado um veículo VW/Bora. “Na manhã da quarta-feira (29), o veículo Bora teria sido abandonado na cidade de Assis Chateaubriand (PR). Moradores locais informaram que as quatro pessoas deixaram o carro e fugiram em direção ao matagal”, contou Marcia.

Com as informações de que a quadrilha estaria em Assis Chateaubriand, a equipe de policiais militares permaneceu na cidade por toda a tarde e parte da noite, quando por volta das 23h, na saída da cidade, observou um veículo VW/Gol, de cor prata, com várias pessoas em seu interior em atitude suspeita. “A equipe realizou um acompanhamento tático e, próximo a entrada de Cascavel, após receber apoio de uma equipe do Pelotão de Choque, foi realizada abordagem sendo encontradas dentro do veículo sete pessoas, dentre eles dois adolescentes”, relatou a tenente.

A partir disso, os policiais foram até a residência de um parente de um dos envolvidos, na cidade de Assis Chateaubriand, onde obtiveram informações que ajudaram na localização de duas armas de fogo, uma pistola 9 mm e um revólver calibre 38, utilizadas nos supostos crimes. “As armas estavam escondidas próximo ao muro de uma residência, dentro de uma sacola plástica envolta em uma blusa”, disse Marcia. Ainda segundo a tenente, duas pessoas que estavam na residência foram presas, suspeitas de participação na quadrilha.

“Dentre os presos, três homens e um adolescente já haviam sido presos no dia 09 de fevereiro desse ano, suspeitos de envolvimento em crimes de arrombamentos de cofres e caixas eletrônicos, sendo encontrados com eles os objetos furtados”, relatou Marcia. Todos os envolvidos, juntamente com os materiais e veículos apreendidos, foram encaminhados ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) de Cascavel para os procedimentos cabíveis.

A ação contou com a participação da coordenação de esforços do Serviço de Inteligência do 5º CRPM, PMs do 6º e 19º BPM, efetivos do CHOQUE e Radio Patrulha de ambas as Unidades Operacionais, totalizando aproximadamente 30 policiais militares envolvidos.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Google usa "não rastrear" para coletar mais dados de usuários


 

Política de privacidade unificada para mais de 70 serviços começa a valer nesta quinta-feira, 1° de março. Foto: AFPPolítica de privacidade unificada para mais de 70 serviços começa a valer nesta quinta-feira, 1° de março


Em janeiro de 2012, o Google anunciou que iria consolidar as mais de 70 políticas de privacidade distintas que regulavam todos os produtos da companhia em uma única, que passará a ser válida em 1º de março de 2012. A gigante das buscas justifica que a decisão vai ao encontro do pedido dos países de tornar as regras mais claras e, é claro, mais curtas. No entanto, o que se pode ler, nas entrelinhas do CEO Larry Page, é que o Google está dando um passo para trás para, na verdade, dar dois para frente.
A medida mais evidente é a criação de um botão "DNT" (Do not track, em português, "não rastrear"). Por meio dele, o usuário poderá definir a permissão para o Google sobre coletar e utilizar os dados do usuário para levantamentos, medidas de comportamento e diretrizes comerciais. É um avanço em favor da privacidade do internauta na rede. O que está por trás disso, porém, é que, uma vez que o botão "DNT" não for marcado, o gigante poderá fazer muito mais com os dados coletados.
A nova política de privacidade não permite que o Google retire, dos perfis do usuário, mais informações do que já são tiradas atualmente. O que muda é a finalidade dada a elas. A partir deste 1º de março, o gigante poderá fundir dados de modo mais profundo e desenhar cenários mais complexos para servir de base - e de alvo comercial - para diversos produtos da companhia ao mesmo tempo. Os dados da conta do Google+, rede social do Google, poderão ser fundidos com os da conta do Gmail, serviço de email da empresa, por exemplo, para estratificar de modo mais elaborado quem é o usuário na rede.
As mudanças não serão perceptíveis pelos usuários e não devem influenciar no dia a dia deles na utilização dos produtos da empresa, como o buscador, o Gmail, o Google+ e o YouTube, por exemplo. Até porque tudo o que o Google irá fazer com os dados, ele já poderia ter feito com ou sem o consentimento do usuário em qualquer época. A diferença é que, até então, os dados eram "ilhas isoladas" e o que um internauta faria no blog em uma conta do Blogger não tinha relação com o vídeo a que ele assistia no YouTube, por exemplo.
O ganho da companhia é comercial, a longo prazo. Anúncios com alvo mais claro podem se tornar mais eficazes. Se alguém posta fotos de um determinado local de viagem na rede social, por exemplo, publicidade relacionada a este local pode aparecer na página do YouTube, ou no próprio buscador da empresa. O efeito da nova política, para o usuário, é ter produtos que, embora tenham sido desenvolvidos para o consumo em massa, devem ser cada vez mais personalizados.
Há um ano, em janeiro de 2011, Larry Page, que é um dos fundadores do Google, assumiu o cargo de CEO - aquele que executa as medidas - no lugar de Eric Schmidt com o objetivo de fortalecer a companhia como desenvolvedora forte de produtos, e não somente de soluções. A criação do Google+ e o fôlego que ele ganhou, embora ainda pequeno perto do monstro chamado Facebook, são evidências disso. Unificar todos os produtos do Google é transformar a política de privacidade em moeda de venda. E, de venda e de produto, Larry Page entende.