Cinquenta e dois ataques a caixas eletrônicos foram registrados no Paraná em 2012. O município de Curitiba registrou cinco explosões e seis arrombamentos com a utilização de maçaricos. Os dados foram informados à Gazeta do Povo pelo Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região nesta terça-feira (20) e incluem também as tentativas feitas pelas quadrilhas.
Para o delegado-chefe da Delegacia de Furtos e Roubos de Curitiba, Rodrigo Brown de Oliveira, a falta de investimento em segurança por parte dos bancos e a fiscalização falha do Exército quanto ao comércio de explosivos são dois motivos que explicam esses números.
O número registrado no estado em menos 90 dias é pouco menor do que o verificado em todo o ano de 2011. Houve 69 ataques a caixas eletrônicos no Paraná no ano passado (incluindo explosões a arrombamentos com maçaricos). Desses, 50 ocorreram em Curitiba e região.
Mesmo assim, pelo menos três explosões foram registradas na capital após as prisões citadas pelo delegado, de acordo com o balanço do sindicato. "A Polícia Civil é apenas a ponta do iceberg. O trabalho é prejudicado pela falta de iniciativa de outros setores”, argumentou o delegado.Brown afirmou que os ataques em Curitiba e região diminuíram após a prisão de uma quadrilha que agia nessa região, em 6 de fevereiro. Três pessoas suspeitas de integrar uma das gangues da dinamite foram presas e outra morreu em confronto com a polícia. Parte da quadrilha segue atuando em São Paulo e Santa Catarina e seria responsável pelos ataques em cidades paranaenses próximas à divisa com esses dois estados, de acordo com o delegado.
A opinião do delegado é semelhante a do presidente do presidente do Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região, João Soares, que apontou ainda outro problema. Segundo ele, alguns ataques não são denunciados pelos bancos à polícia para não denegrir a imagem das instituições. “É uma situação assustadora que expõe os trabalhadores e os clientes dos bancos e dos comércios com esses equipamentos”, afirmou Soares.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou, em nota, que as instituições associadas têm como sua maior preocupação a segurança de clientes, funcionários e consumidores. Por isso, investem anualmente nos mais variados itens que compõem a segurança, sendo ela física ou tecnológica, quase R$ 10 bilhões.
A reportagem ainda espera um retorno da comunicação do Exército.
Além dos ataques aos caixas eletrônicos, houve 29 assaltos a bancos e tentativas no Paraná em 2011. Nesse ano já houve dez registros desse tipo.
Audiência pública
Uma audiência pública será realizada na Assembleia Legislativa do Paraná na quarta-feira (21), às 8h30, para discutir os ataques aos caixas eletrônicos no Paraná. Os sindicatos dos vigilantes e dos bancários de Curitiba e região, parlamentares e autoridades devem tratar do problema.
Os ataques também motivaram uma reunião de membros do Ministério Público do Paraná com representantes do governo do estado e das instituições financeiras na última quinta-feira (15).
Explosivos
Entre os 52 ataques a caixas eletrônicos registrados em 2012, boa parte deles aconteceu com o uso de explosivos. Segundo o levantamento do Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região foram 27 ataques deste tipo neste ano.
Um dos mais lembrados é um roubo na metade de janeiro, quando bandidos usaram dinamite para explodir um caixa eletrônico dentro de um shopping automotivo no bairro Tarumã, em Curitiba. Na explosão, duas funcionárias da equipe de limpeza ficaram feridas. A quadrilha fugiu levando dinheiro do terminal, além de duas armas e dois coletes balísticos de seguranças.