Sem acordo na reunião com o governo, a greve dos policiais
federais deve continuar, pelo menos, até a próxima semana. Segundo
Naziazemo Florentino Santos Junior, diretor da Federação
Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) no Paraná, a maioria
dos 27 sindicatos que compõem a federação já deram indicativo de continuar a
paralisação. “Não podemos aceitar que o governo nos trate com desrespeito e
ameaças. Isso só vai servir para acirrar os ânimos na instituição. Só vamos
voltar a trabalhar quando decidirmos ou quando a justiça determinar”, afirma
Santos.
Nesta quinta-feira, houve nova rodada de negociações com o Ministério
do Planejamento. O órgão manteve a proposta de 15,8% de reajuste,
diluído até 2015, no ritmo de 5% ao ano. “Nós não estamos querendo aumento de
salário, pura e simplesmente. Temos que resolver algumas situações internas,
reestruturar a carreira”, afirma o diretor.
Na reunião, o governo admitiu levar a proposta de reestruturação, defendida
por agentes, peritos, escrivães e pessoal administrativo, para uma rodada de
discussão com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. O
ministro mandou um emissário, o assessor especial Marcelo Veiga, para a mesa de negociações, presidida pelo secretário de
Relações do Trabalho do Planejamento, Sérgio Mendonça. Para o
representante do sindicato no Paraná, contudo, a greve continua até o governo
proponha uma solução concreta à categoria. “Para a gente, é indiferente este
prazo de 30 de agosto, que é quando fecha o orçamento. Queremos reestruturação
da carreira. Então, enquanto não formos ouvidos pelo governo, vamos continuar
revendo e avaliando a paralisação”, afirma Santos.
Segundo o diretor, agentes, escrivães e papiloscopistas são carreiras
enquadradas em uma tabela de ensino médio. A reivindicação é passar para uma
tabela de nível superior. “Não conseguimos aceitar essa distorção”, diz.
Rigor Zero
Com a greve, os policiais devem manter a operação “Rigor Zero” no
Aeroporto Afonso Pena. A emissão de passaportes também deve
ficar prejudicada. A orientação é para que apenas as pessoas que já tinham
agendado a emissão do documento compareçam ao local. Para quem não tem urgência,
o conselho dos grevistas é para que aguarde um momento menos atribulado para
procurar a emissão da identificação internacional. Para informações, o telefone
de contato da PF é (41) 3251-7501.
A paralisação continua pelo menos até a próxima semana, quando uma nova
reunião entre os 27 sindicatos avaliará os rumos do movimento
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