quarta-feira, 21 de março de 2012

Em três meses, 52 caixas eletrônicos são atacados no Paraná


Cinquenta e dois ataques a caixas eletrônicos foram registrados no Paraná em 2012. O município de  Curitiba registrou cinco explosões e seis arrombamentos com a utilização de maçaricos. Os dados foram informados à Gazeta do Povo pelo Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região nesta terça-feira (20) e incluem também as tentativas feitas pelas quadrilhas.

Para o delegado-chefe da Delegacia de Furtos e Roubos de Curitiba, Rodrigo Brown de Oliveira, a falta de investimento em segurança por parte dos bancos e a fiscalização falha do Exército quanto ao comércio de explosivos são dois motivos que explicam esses números.

O número registrado no estado em menos 90 dias é pouco menor do que o verificado em todo o ano de 2011. Houve 69 ataques a caixas eletrônicos no Paraná no ano passado (incluindo explosões a arrombamentos com maçaricos). Desses, 50 ocorreram em Curitiba e região.
Mesmo assim, pelo menos três explosões foram registradas na capital após as prisões citadas pelo delegado, de acordo com o balanço do sindicato. "A Polícia Civil é apenas a ponta do iceberg. O trabalho é prejudicado pela falta de iniciativa de outros setores”, argumentou o delegado.Brown afirmou que os ataques em Curitiba e região diminuíram após a prisão de uma quadrilha que agia nessa região, em 6 de fevereiro. Três pessoas suspeitas de integrar uma das gangues da dinamite foram presas e outra morreu em confronto com a polícia. Parte da quadrilha segue atuando em São Paulo e Santa Catarina e seria responsável pelos ataques em cidades paranaenses próximas à divisa com esses dois estados, de acordo com o delegado.
A opinião do delegado é semelhante a do presidente do presidente do Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região, João Soares, que apontou ainda outro problema. Segundo ele, alguns ataques não são denunciados pelos bancos à polícia para não denegrir a imagem das instituições. “É uma situação assustadora que expõe os trabalhadores e os clientes dos bancos e dos comércios com esses equipamentos”, afirmou Soares.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou, em nota, que as instituições associadas têm como sua maior preocupação a segurança de clientes, funcionários e consumidores. Por isso, investem anualmente nos mais variados itens que compõem a segurança, sendo ela física ou tecnológica, quase R$ 10 bilhões.
A reportagem ainda espera um retorno da comunicação do Exército.
Além dos ataques aos caixas eletrônicos, houve 29 assaltos a bancos e tentativas no Paraná em 2011. Nesse ano já houve dez registros desse tipo.
Audiência pública
Uma audiência pública será realizada na Assembleia Legislativa do Paraná na quarta-feira (21), às 8h30, para discutir os ataques aos caixas eletrônicos no Paraná. Os sindicatos dos vigilantes e dos bancários de Curitiba e região, parlamentares e autoridades devem tratar do problema.
Os ataques também motivaram uma reunião de membros do Ministério Público do Paraná com representantes do governo do estado e das instituições financeiras na última quinta-feira (15).
Explosivos
Entre os 52 ataques a caixas eletrônicos registrados em 2012, boa parte deles aconteceu com o uso de explosivos. Segundo o levantamento do Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região foram 27 ataques deste tipo neste ano.
Um dos mais lembrados é um roubo na metade de janeiro, quando bandidos usaram dinamite para explodir um caixa eletrônico dentro de um shopping automotivo no bairro Ta­­rumã, em Curitiba. Na explosão, duas funcionárias da equipe de limpeza ficaram feridas. A quadrilha fu­­giu levando dinheiro do terminal, além de duas armas e dois coletes balísticos de seguranças.

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