segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

O ministro do Exterior iraniano, Ali Akbar Salehi, diz que recebeu com otimismo a notícia sobre a vista de inspetores da Agência Internacional de .... Foto: AP
  O ministro do Exterior iraniano, Ali Akbar Salehi, diz que recebeu com otimismo a notícia sobre a vista de inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) Foto: AP

Uma missão de alto nível da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) chegou neste domingo a Teerã para inspecionar as instalações nucleares iranianas.
A equipe formada por seis especialistas liderada por Herman Nackaerts, diretor-adjunto da AIEA para controles, chegou nesta manhã ao país para visita de três dias, período em que percorrerá as principais instalações atômicas e vai abordar o programa nuclear com as autoridades iranianas. Naeckerts afirmou que o organismo internacional deseja retomar o diálogo com Teerã para resolver todos os assuntos pendentes.
O Irã, por sua vez, deu às boas-vindas a AIEA. De Adis-Abeba, onde participa da Cúpula da União Africana, o ministro das Relações Exteriores, Ali Akbar Salehi, demonstrou neste domingo "otimismo sobre a missão e o resultado do trabalho da delegação". Salehi indicou, no entanto, que seu país não teme as novas sanções petrolíferas do Ocidente por seu polêmico programa nuclear.
A chegada da missão ocorre em meio ao aumento da tensão entre Teerã e a União Europeia (UE) pelo embargo anunciado em 23 de janeiro pelos europeus às importações de petróleo.
A medida adotada por ministros das Relações Exteriores da UE veta novos contratos petroleiros com o Irã e impõe 1º de julho como data limite para o cancelamento dos (contratos) já assinados.
O acordo foi fechado após o sim da Grécia, o último estado-membro que mantinha reservas sobre o veto porque compra em condições vantajosas o petróleo iraniano, que também tem como fortes importadores a Itália e a Espanha.
Como resposta ao veto comunitário, o ex-ministro da Inteligência iraniana Ali Fallahian propôs que o Irã suspenda imediatamente a venda de petróleo aos países da UE.
"Disseram que era necessário seis meses para encontrarem uma alternativa ao petróleo iraniano e se antes desse prazo, suspendemos o envio do petróleo do Irã o preço do produto vai subir no mercado internacional e conseguimos prejudicá-los", sugeriu Fallahian, conforme a agência de notícias "Fars".
O antigo responsável do Governo considerou que a "Rússia é o único país que pode oferecer aos europeus um petróleo similar ao iraniano e não descartou "a possibilidade de que os russos tenham criado está comoção para poder justamente vender seu petróleo no lugar do Irã".
Neste domingo, o Parlamento iraniano iria debater uma lei para cortar imediatamente as provisões de petróleo à Europa, mas adiou o estudo, informou neste domingo um membro do comitê de Energia do Parlamento iraniano, Ali Adiani, à agência local de notícias estudantil "Isna".
Adiani explicou que os autores do plano acreditam que o projeto deve ser discutido em profundidade antes de ser debatido no Parlamento, mas não deu data.
Nas últimas horas, o ministro do Petróleo iraniano, Rostam Qasemi, advertiu que o Irã "interromperá suas exportações de petróleo para alguns países em breve", informou por pela agência "Irna".
Grande parte da comunidade internacional - com EUA e Israel à frente - acusa o regime iraniano de esconder, sob o programa civil outro de natureza clandestina e de caráter militar, cujo objetivo seria produzir bombas nucleares, o que o Irã nega.
Teerã afirma que seus esforços no campo nuclear têm como único objetivo o uso pacífico da energia e tecnologia atômica.

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