segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Extrema-direita francesa acusa partidos de 'amordaçar democracia'


A extrema-direita francesa acusou neste domingo os dois principais partidos do país de "amordaçar a democracia", ao tentarem excluir a sua candidata das próximas eleições presidenciais. Apesar do grande apoio público, Marine Le Pen, líder da Frente Nacional, disse na semana passada que ainda faltavam 150 assinaturas das 500 necessárias de autoridades locais eleitas para ela concorrer.
Louis Alliot, partidário de Le Pen, representante da Frente Nacional, sugeriu que os partidos do "establishment" estimulavam indiretamente as autoridades a não apoiar a pré-candidata. "Há cálculos políticos com o objetivo de amordaçar a democracia e prevenir a oposição ao 'establishment'", afirmou.
Le Pen está em terceiro nas pesquisas de opinião, com entre 15% e 20% das intenções de voto. As eleições estão previstas para 22 de abril, o primeiro turno. A expectativa de Le Pen é alcançar o segundo turno, assim como conseguiu o seu pai, Jean-Marie, em 2002.
Alliot afirmou que sugestões feitas pelos dois principais partidos, os conservadores no governo e os socialistas na oposição, de que não há problemas com o atual sistema são revoltantes. "Parece que o 'establishment' está tentando impor a ideia de que a ausência de Marine Le Pen não seria um problema", disse ele, em comunicado.
Os pré-candidatos têm até 16 de março para assegurar as assinaturas suficientes para concorrer. Le Pen levou o seu caso contra a regra de 1976 para a Corte Constitucional, que deve decidir até 22 de fevereiro. De acordo com uma pesquisa de opinião publicada por um jornal neste domingo, o atual presidente, Nicolas Sarkozy, seria o principal beneficiado se Le Pen não participar das eleições. Opositores da extrema-direita afirmam que Le Pen está blefando, que estaria dizendo que não tem o apoio suficiente para se promover e se diferenciar dos principais partidos.

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