O avanço no número de casos de gripe A nos estados da região
Sul levou a uma mudança de estratégia na prevenção e combate ao vírus. Ao invés
de focar apenas na vacinação, secretarias de Saúde dos três estados disseminam
orientação para que a gripe não seja tratada em casa, levando os pacientes a
tomarem, o mais rápido possível, o antiviral adequado para o vírus H1N1, o
Oseltamivir, conhecido com o nome comercial de Tamiflu. Segundo o Ministério da
Saúde, esse protocolo existe desde o final do ano passado, mas o aumento de
número de casos da gripe A fez com que as secretarias agilizassem mais
recentemente a distribuição do medicamento nas unidades de atendimento.
Além disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) soltou nesta
terça-feira uma notificação dispensando o uso de receita controlada para a
administração do antiviral Tamiflu. Agora, para comprar a medicação ou retirá-la
no posto de saúde, as pessoas só precisam apresentar uma receita simples do
médico. Isso deve facilitar ainda mais o tratamento de pessoas gripadas.Ao todo, os três estados somam 1.333 casos diagnosticados, com 84 mortes.
Santa Catarina apresenta o maior número de doentes, com 600 casos confirmados e
47 mortes em decorrência da gripe A. Na segunda-feira, a secretaria de saúde
gaúcha informou que o Estado soma 23 mortes pela doença. Os dados globais mais
recentes do Ministério da Saúde sobre a doença em 2012 são de 3 de julho e
apontam 1.099 pessoas contaminadas, com 110 mortes.
No Paraná, cento e dez municípios paranaenses já tiveram, neste ano, casos
confirmados de pessoas contaminadas pela Gripe A. É o que
aponta o boletim semanal divulgado nesta segunda-feira (9) pela Secretaria de
Estado da Saúde. O balanço mostra ainda que, em uma semana, surgiram 207 novos casos no Paraná: um avanço de 54% em relação ao
número de contágios registrados na semana passada. No total, o estado registra
588 contaminados pela doença e 14 mortes.
Como a vacina demora cerca de 15 dias para fazer efeito, o entendimento das
secretarias é de que o reforço da vacinação neste momento não ajudaria a deter o
avanço da doença. Além disso, segundo a Secretaria da Saúde do Rio Grande do
Sul, a orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é de que apenas as
pessoas dos grupos de risco sejam imunizadas, o que foi feito durante a última
campanha nacional de vacinação contra a gripe encerrada em 13 de junho deste
ano.
Prevenção
As secretarias também aumentaram a disseminação de informações sobre
prevenção para evitar o contágio. Entre as medidas estão higienizar as mãos com
frequência, utilizar lenço descartável, cobrir nariz e boca quando espirrar ou
tossir, higienizar as mãos após tossir ou espirrar, evitar tocar mucosas de
olhos, nariz e boca, não partilhar alimentos, copos, toalhas e objetos de uso
pessoal, evitar aperto de mãos, abraços e beijo social, reduzir contatos sociais
desnecessários e evitar, dentro do possível, ambientes com aglomeração, evitar
visitas a hospitais e manter ambientes ventilados.
No Estado de São Paulo, a Secretaria de Saúde confirmou 66 casos de Síndrome
Respiratória Aguda Grave provocados pela gripe influenza A(H1N1) neste ano. Por
se tratar de uma gripe, a maioria das pessoas, segundo informou a secretaria
paulista, não procura auxílio médico e apenas os casos graves são notificados. O
número de óbitos registrados este ano por conta da doença chegou a 14. Na época
da pandemia, em 2009, foram registrados 600 óbitos no Estado. A orientação da
Secretaria de Saúde também é para que a população procure auxílio médico caso
sejam verificados sintomas da doença.
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