RAMALLAH, Cisjordânia, 30 Jul(Reuters) - Os palestinos acusaram o candidato
republicano à Presidência dos EUA, Mitt Romney, nesta segunda-feira de minar as
perspectivas de paz ao chamar Jerusalém de "capital de Israel", ignorando as
suas próprias reivindicações sobre a cidade e boa parte da opinião mundial.
Romney usou o termo no domingo, recebendo aplausos da plateia israelense na
Cidade Santa, durante uma viagem para se apresentar como principal aliado de
Israel antes da disputa eleitoral de 6 de novembro contra o presidente
norte-americano, Barack Obama.
"Condenamos as suas declarações. Aqueles que falam sobre a solução de dois
Estados devem saber que não pode haver Estado palestino sem Jerusalém Oriental",
disse o chefe negociador palestino, Saeb Erekat, à Reuters nesta
segunda-feira.
"O que este homem está fazendo aqui é apenas promover o extremismo, a
violência e o ódio, e isso é absolutamente inaceitável", afirmou ele. "Suas
declarações estão apenas recompensando a ocupação e a agressão".
Israel tomou Jerusalém Oriental durante a guerra de 1967. A Resolução do
Conselho de Segurança da ONU condena uma lei israelense de 1980 que declarou
Jerusalém a capital "completa e indivisível" do país como uma violação do
direito internacional.
A maioria dos países, incluindo Estados Unidos, não reconheceu a declaração
de Israel e manteve suas embaixadas na cidade costeira de Tel Aviv.
Candidatos presidenciais norte-americanos anteriores, incluindo o então
senador Obama em junho de 2008, referem-se a Jerusalém como capital de Israel
antes das eleições, apenas para voltar atrás quando assumem o poder e sugerir
que a questão deve ser resolvida por negociações.
Um assessor do presidente palestino, Mahmoud Abbas, Nabil Abu Rdeineh, disse
que as declarações de Romney eram inúteis, ficavam no caminho de um acordo de
paz e "contradiziam as posições anteriores mantidas pelo governo
norte-americano".
O secretário-geral da Organização de Libertação da Palestina (OLP), Yasser
Abed Rabbo, disse que "os formuladores de política norte-americanos devem
abandonar a hipocrisia e parar de tentar ganhar votos à custa dos direitos do
povo palestino".
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