A Conferência Europeia de Rabinos criticou severamente nesta quinta-feira a
decisão judicial de um tribunal alemão contra a circuncisão e o qualificou como
o maior ataque aos judeus desde o Holocausto perpetrado pelos nazistas na
Segunda Guerra Mundial.
O presidente dos rabinos, o titular de Moscou Pinchas Goldschmidt, afirmou
durante a reunião dos religiosos de Berlim que "a proibição da circuncisão põe
em dúvida a existência da comunidade judaica na Alemanha".
"Se a resolução for mantida, não vejo futuro para os judeus na Alemanha",
afirmou de forma taxativa Goldschmidt, convencido de que a decisão judicial
acabará se incorporando à legislação alemã.
O rabino comparou ainda a sentença controversa, emitida no mês passado, com a
proibição nazista de certos métodos de sacrifício de animais judeus, considerada
uma das primeiras agressões legais contra essa religião na Alemanha
nacional-socialista.
Em 26 de junho, o Fórum Municipal de Colônia (Alemanha) qualificou a
circuncisão por motivos religiosos de "lesão física ilegal e passível de
punição", por considerar que fere o direito de autodeterminação da criança, que
deve prevalecer sobre a liberdade religiosa.
A polêmica gerada pela decisão levou o ministro de Relações Exteriores
alemão, Guido Westerwelle, a reiterar recentemente que "deve ficar claro que a
Alemanha é um país aberto e tolerante", onde "a liberdade religiosa está
fortemente consolidada" e no qual "as tradições religiosas como a circuncisão
são consideradas uma expressão de diversidade religiosa".
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