O grupo tuaregue
Movimento Nacional para a Libertação de Azawad (MNLA), do norte do Mali,
reconheceu nesta quarta-feira que a aplicação da Sharia (lei islâmica) tem
dificultado o cumprimento do acordo feito no sábado com os conservadores
islâmicos de Ansar Dine (Defensores da Religião).
"O MNLA não pode aceitar certas práticas da Sharia. Propomos uma república
islâmica aberta ao mundo, com uma cooperação laica, com a presença de ONGs e
associações humanitárias sem barreiras religiosas", disse à Agência Efe por
telefone o porta-voz do grupo tuaregue, Atayer Ag Mohammed.
No sábado passado, o MNLA e o Ansar Dine, que defende a adoção da lei
islâmica, anunciaram um acordo para o estabelecimento do Estado Islâmico de
Azawad, um mês e meio após o MNLA proclamar a independência deste território de
850 mil quilômetros quadrados no norte do Mali.
Em comunicado divulgado no site oficial do MNLA e que foi retirado poucas
horas depois, ambos os grupos se comprometiam com a criação de um Estado
islâmico baseado nos dizeres do Corão e da Sunna (ditos e feitos do profeta
Maomé).
A nota, assinada por representantes dos dois grupos, estipulava também a
criação de um "Exército unido" e de um "Conselho de Transição" dentro de um
Estado independente.
Ag Mohammed lamenta que o Ansar Dine tenha "outra interpretação sobre o
caráter islâmico" de Azawad, cuja independência não foi reconhecida por nenhum
país. No entanto, apesar dessas diferenças sobre a aplicação da lei islâmica,
ele se mostra otimista sobre a superação das diferenças.
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