O chanceler da Venezuela, Nicolás Maduro, agradeceu neste sábado ao Partido
dos Trabalhadores (PT) "a expressão de amor" manifestada pela legenda brasileira
na quarta-feira por meio de seu presidente, Rui Falcão. Segundo Maduro, as
declarações, que a oposição da Venezuela qualificou de "lamentáveis", seriam de
apoio eleitoral ao presidente do país, Hugo Chávez.
"Agradecemos ao Brasil, ao PT do Brasil, por tanta solidariedade, por tanto
acompanhamento e pela expressão de amor que contêm estas declarações oficiais
que deram nos últimos dias", disse Maduro ao canal Telesur, no Rio de
Janeiro, onde se reuniu com seu par brasileiro, Antonio Patriota.
Na quarta-feira, Falcão anunciou que em julho viajará para Caracas para
manifestar a "simpatia" e o "total apoio" de seu partido a Chávez, visando às
eleições presidenciais do dia 7 de outubro. Embora o presidente do PT tenha
especificado que se tratava do apoio "do partido e não do Governo" brasileiro, a
oposição venezuelana não demorou para rejeitar as declarações do dirigente,
qualificando-as de "lamentáveis" e "míopes".
"Essa visão não necessariamente reflete a opinião dos setores políticos
brasileiros sobre a realidade venezuelana", disse o coordenador adjunto da Área
Internacional da aliança opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), Edmundo
González.
Por outro lado, Maduro agradeceu as declarações de Falcão, "pela clareza" com
que identificou o "combate" que o povo venezuelano está dando entre um modelo
"de desenvolvimento verdadeiramente social e outro de subordinação e de falsa
democracia".
O ministro das Relações Exteriores venezuelano ressaltou que declarações como
esta demonstram que a eventual reeleição de Chávez nas urnas "é respaldada pelas
forças revolucionárias, progressistas, democráticas e de esquerda do
continente".
"No próximo 7 de outubro, haverá uma vitória de caráter histórico que vai
permitir abrir os caminhos rumo ao desenvolvimento dos novos modelos (...) do
socialismo bolivariano, do socialismo cristão", disse o ministro.
O candidato único da oposição, Henrique Capriles, é quem enfrentará Chávez
nas urnas. O presidente da Venezuela espera conseguir sua terceira reeleição
consecutiva e continuar outros seis anos à frente do governo.
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