As forças armadas dos EUA estão expandindo suas operações secretas de
inteligência pela África, estabelecendo uma rede de pequenas
bases para espionar organizações terroristas instaladas da periferia do deserto
do Saara até as selvas ao longo da área onde passa a Linha do Equador no
continente. Segundo matéria publicada nesta quinta-feira no diário "Washington
Post", a principal arma dessas operações de vigilância são pequenos aviões
desarmados, que são disfarçados como aviões particulares.
De acordo com documentos e fontes do jornal americano, as aeronaves são
equipadas com sensores ocultos que podem gravar vídeos em boa definição,
rastrear indícios de calor com visão em infravermelho e identificar ondas de
rádio e de telefonia celular. Elas são reabastecidas em pistas de pouso isoladas
e pilotadas por africanos com bom conhecimento de pilotagem sobre as matas,
estendendo o potencial de voo da aeronave por milhares de milhas a mais.
Segundo um ex-comandante sênior americano envolvido no planejamento da rede,
que não pode ser identificado, cerca de uma dúzia de bases dos EUA foram
estaladas na África desde 2007. A maioria das operações são pequenas e
executadas fora do itinerário dos grandes aeroportos e bases militares do
continente.
A natureza e a extensão das missões nunca foram divulgadas, a não ser em
documentos públicos parciais de contratos do Departamento de Defesa. As
operações se intensificaram nos últimos meses, como parte da ênfase das ações
dos EUA contra a al-Qaeda e outros grupos ligados à organização. A rede foi
criada pelas Forças de Operações Especiais do governo dos EUA, mas depende
fortemente de empreiteiros militares americanos e do apoio de tropas de países
africanos.
A rede reforça como as Forças de Operações Especiais, que desempenham um
papel importante na estratégia de segurança nacional do governo de Barack Obama,
estão trabalhando clandestinamente em todo o mundo, e não somente em aéreas de
conflitos. Tais equipes também treinam forças de segurança de outros países e
realização operações de socorro, mas podem ser escaladas para rastrear e matar
terroristas.
O diário americano salienta que as missões na África também mostram que as
forças especiais estão entrando em uma área que antes era exclusiva da CIA, que
também expandiu suas operações no continente, mas não tem funcionários e
recursos suficientes para o tamanho da operação que o governo demanda.
Um dos mais importantes centros dessa operação está em Ouagadougou, capital
de Burkina Faso, onde dezenas de funcionários americanos e empreiteiros chegaram
nos últimos anos e estabeleceram uma pequena base aérea em uma área militar ao
lado do aeroporto internacional.
Nenhum comentário:
Postar um comentário