Instrutor ensina turista a disparar arma em treinamento para "matar
terroristas"
Foto: BBC Brasil
Foto: BBC Brasil
Um campo de treinamento de tiro ao alvo localizado em um assentamento
israelense tem provocado polêmica ao oferecer aos visitantes um pacote de
"turismo radical" que inclui treinamento para "matar terroristas". O campo
Caliber 3, no assentamento de Gush Etzion, no território palestino da
Cisjordânia, usa como alvo de tiros figuras em tamanho real portando
tradicionais turbantes árabes.
O local, com mais de 10 mil m², é usado em treinamentos do Exército e da
polícia de Israel. O proprietário, o empresário Sharon Gat, contou à BBC
Brasil que resolveu aproveitar as instalações já existentes para dar início
ao "projeto turístico".
"Queremos que os judeus do mundo inteiro possam ver com seus próprios olhos
que no Estado de Israel há organizações e pessoas que sabem ensinar auto-defesa
no mais alto nível", disse o empresário. "Também queremos que os judeus do mundo
vejam que aqui existe orgulho judaico, pois os judeus, que foram massacrados há
70 anos (em referência ao Holocausto), hoje têm um Estado, um Exército e as
melhores instalações de treinamento", acrescentou.
De acordo com Gat, cerca de 5 mil turistas já passaram pelo curso, entre eles
centenas de crianças, que são admitidas nos treinamentos após cinco anos de
idade. Os adultos atiram com armas e munição de verdade, em alvos de papelão
ilustrados com o esteriótipo do "terrorista". As crianças utilizam armas de
paintball. O preço do curso, de duração de duas horas, é 440 shekels (cerca de
R$ 220) para adultos e 200 shekels (R$ 100) para crianças.
Projeto sionista
Sharon Gat, 40 anos, um oficial da reserva do Exército israelense, disse que o projeto Caliber 3 foi criado em memória de seu cunhado, Hagai Haim Lev, que morreu em combate na Faixa de Gaza. "É um projeto sionista, positivo e importante, que proporciona emoção para muita gente", disse. "O curso serve para turistas de todas as idades, que tenham interesse em aprender táticas antiterroristas", afirmou o empresário.
Sharon Gat, 40 anos, um oficial da reserva do Exército israelense, disse que o projeto Caliber 3 foi criado em memória de seu cunhado, Hagai Haim Lev, que morreu em combate na Faixa de Gaza. "É um projeto sionista, positivo e importante, que proporciona emoção para muita gente", disse. "O curso serve para turistas de todas as idades, que tenham interesse em aprender táticas antiterroristas", afirmou o empresário.
O projeto também inclui programas especiais para aniversários, encontros de
amigos, disputas de paintball e oferece aos turistas "experiências emocionantes
que não poderão ter em lugar algum, exceto no campo de batalha". O prefeito do
assentamento de Gush Etzion, David Perl, afirmou que o novo projeto turístico
proporciona "um incentivo a mais" para o turismo na região.
O assentamento, que fica ao sul de Jerusalém e foi construído em terras do
distrito palestino de Belém, "recebe cerca de 400 mil turistas por ano", de
acordo com Perl. O prefeito também disse à BBC Brasil que, além do
Caliber 3, o Gush Etzion oferece como atividades turísticas visitas a um museu
local e a ruínas antigas.
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