O político islamita moderado Abde Moneim Abul Futuh, derrotado no primeiro
turno das eleições presidenciais egípcias, condicionou nesta quinta-feira seu
apoio ao candidato islamita Mohammed Mursi na segunda etapa, à formação de um
Governo de coalizão liderado por um independente.
No segundo turno do pleito, entre 16 e 17 de junho, os egípcios terão que
escolher entre Mursi, candidato da Irmandade Muçulmana, e o general reformado
Ahmed Shafiq, último primeiro-ministro da era do presidente deposto Hosni
Mubarak (1981-2011).
Em comunicado publicado em seu site oficial, Futuh, um islamita moderado
ex-membro da Irmandade Muçulmana, disser ter um plano de quatro pontos que
promove a união e "protege a pátria dos riscos", diante das tentativas de
"sequestro da revolução".
Futuh, que ficou em quarto lugar no primeiro turno, com 17% dos votos, também
propôs em seu plano a formação de um Governo e de uma Assembleia Constituinte de
consenso. Além disso, ele indica que o Executivo deverá ser liderado por uma
personalidade de fora do majoritário Partido Liberdade e Justiça (PLJ), de
Mursi, enquanto os ministérios importantes, pelos tecnocratas.
Quanto à comissão que deverá redigir a nova Constituição, Futuh exigiu uma
reflexão sobre a diversidade social e uma percentagem considerável de juristas e
especialistas constitucionais e pediu que a Assembleia Constituinte seja formada
antes do segundo turno e emita suas resoluções com um acordo de dois terços dos
membros.
O político também solicitou a designação de dois vice-presidentes com poderes
definidos, que componham junto ao chefe de Estado a instituição presidencial, de
forma a evitar que uma pessoa só centralize o poder, como durante o mandato de
Mubarak.
Além disso, seu plano estipula que o presidente deve anunciar sua
independência de qualquer partido político. No entanto, Mursi é o candidato do
PLJ.
Os candidatos presidenciais derrotados, entre eles Futuh, o esquerdista
Hamdin Sabahi, e o ex-secretário-geral da Liga Árabe Amre Moussa, estão
realizando uma série de reuniões nesta semana para alcançar uma postura
unificada.
Todos rejeitaram apoiar Shafiq, por considerá-lo membro do antigo regime, mas
condicionam o apoio a Mursi, por causa do temor de que a Irmandade Muçulmana
controle todas as esferas do poder.
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