Grupo de estudantes, sindicalistas e membros de movimentos sociais
brasileiros protestou contra deposição de Lugo em frente ao consulado paraguaio
em São Paulo
Foto: EFE
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Grupos de manifestantes protestaram nesta segunda-feira em frente aos
consulados do Paraguai em São Paulo e no Rio de Janeiro contra a destituição de
Fernando Lugo da Presidência do país vizinho.
Cerca de 100 pessoas ligadas a movimentos sociais, sindicatos e partidos de
esquerda se concentraram em frente ao consulado de São Paulo com as bandeiras do
Paraguai e do Brasil para pedir a restituição imediata de Lugo ao poder.
"É necessário que os governos, os movimentos sindicais e sociais, além das
forças políticas democráticas paraguaias, brasileiras e sul-americanas, se
mobilizem", assinalou a Força Sindical em comunicado.
Lugo sofreu um processo de impeachment na sexta-feira passada, quando o
Senado paraguaio o considerou "culpado" pelo mau desempenho de suas funções,
devido à violência dos confrontos entre policiais e sem-terras que provocou pelo
menos 17 mortes.
No Rio de Janeiro, cerca de 40 pessoas, também com bandeiras e cartazes a
favor de Lugo, se manifestaram em frente ao consulado paraguaio, na Praia de
Botafogo, zona sul da cidade.
"Força irmãos. América Latina unida sempre" e "Basta de golpes na América
Latina" foram algumas das mensagens exibidas nos cartazes dos manifestantes,
cujo protesto foi pacífica e vigiado de perto pela polícia.
O ex-bispo católico foi substituído pelo vice-presidente paraguaio, Federico
Franco, não reconhecido pelos governos da Argentina, Equador, Bolívia e
Venezuela por considerarem que chegou à Presidência mediante um "golpe de
Estado".
O governo brasileiro, por sua vez, condenou no sábado a destituição de Lugo e
chamou para consultas seu embaixador em Assunção, além de anunciar que avalia
junto com seus parceiros do Mercosul e da Unasul as medidas para enfrentar o que
chamou de "ruptura da ordem democrática" no país vizinho.
Processo relâmpago destitui Lugo da presidência
No dia 15 de junho, um confronto entre policiais e sem-terra em uma área rural de Cuaraguaty, ligada a opositores, terminou com 17 mortes. O episódio desencadeou uma crise no Paraguai, na qual o presidente Fernando Lugo, acusado pelo ocorrido, foi sendo isolado no xadrez político. Seis dias depois, a Câmara dos Deputados aprovou de modo quase unânime (73 votos a 1) o pedido de impeachment do presidente. No dia 22, pouco mais de 24 horas depois, o Senado julgou o processo e, por 39 votos a 4, destituiu o presidente.
No dia 15 de junho, um confronto entre policiais e sem-terra em uma área rural de Cuaraguaty, ligada a opositores, terminou com 17 mortes. O episódio desencadeou uma crise no Paraguai, na qual o presidente Fernando Lugo, acusado pelo ocorrido, foi sendo isolado no xadrez político. Seis dias depois, a Câmara dos Deputados aprovou de modo quase unânime (73 votos a 1) o pedido de impeachment do presidente. No dia 22, pouco mais de 24 horas depois, o Senado julgou o processo e, por 39 votos a 4, destituiu o presidente.
A rapidez do processo, a falta de concretude das acusações e a quase
inexistente chance de defesa do acusado provocaram uma onda de críticas entre as
lideranças latino-americanas. Lugo, por sua vez, não esboçou resistência e se
despediu do poder com um discurso emotivo. Em poucos instantes, Federico Franco,
seu vice, foi ovacionado e empossado. Ele discursou a um Congresso lotado,
pedindo união ao povo paraguaio - enquanto nas ruas manifestantes entravam em
confronto com a polícia -, e compreensão aos vizinhos latinos, que questionam a
legitimidade do ocorrido em Assunção.
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