Buenos Aires, 25 Jun 2012 (AFP) -O primeiro-ministro da China, Wen Jiabao,
propôs nesta segunda-feira analisar a possibilidade de criar uma zona de livre
comércio entre seu país e o Mercosul, durante uma videoconferência realizada em
Buenos Aires com os presidentes dos países fundadores do bloco.
"Queremos realizar estudos de viabilidade sobre o estabelecimento de uma zona
de livre comércio entre China e Mercosul", disse Wen, junto à presidente
argentina, Cristina Kirchner, na Casa Rosada, no fim de uma viagem regional que
o levou a Buenos Aires, Brasília e Montevidéu.
"A China está disposta a iniciar um diálogo de chanceleres com o Mercosul",
afirmou o primeiro-ministro chinês, em videoconferência transmitida diretamente
pela imprensa local, e que incluiu os presidentes Dilma Rousseff e José Mujica,
do Uruguai.
Wen antecipou também que seu país está disposto a "trabalhar conjuntamente
para promover a construção da rede de transporte da região sul-americana".
O governante lembrou que seu país "manteve estreitas cooperações no terreno
comercial do Mercosul, e a China se tornou o segundo mercado de exportação para
o Mercosul".
Em 2011, a China exportou ao Mercosul 48,451 bilhões de dólares (34% mais que
no ano anterior) e importou do bloco sul-americano 51,033 bilhões de dólares
(37,9% que em 2010).
Em sua intervenção, o premiê anunciou que o propósito de Pequim é que em 2016
seja duplicado o comércio bilateral com Argentina, Brasil e Uruguai, na
comparação com este ano.
Durante sua viagem pelos três países latino-americanos, Wen assinou acordos
de cooperação e se espera que se aprove uma declaração entre o gigante asiático
e o Mercosul na próxima cúpula presidencial do bloco que ocorrerá nesta quinta e
sexta-feira em Mendoza (Argentina).
"É indiscutível a prioridade que damos à relação com a China", disse Dilma na
videoconferência, classificando de "absolutamente estratégico" construir "uma
relação muito produtiva entre os países do Mercosul e a China".
"É uma estratégia para evitar que a crise contamine nossos mercados e estenda
seus tentáculos sobre nós, provocando consequências que não desejamos nas áreas
do emprego, a distribuição de renda, e prejudicando o crescimento econômico",
completou.
O Paraguai não participou da teleconferência, país fundador do Mercosul junto
a Argentina, Brasil e Uruguai, cuja participação na próxima cúpula foi suspensa
após a destituição de Fernando Lugo como presidente.
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