A rede de supermercados Migros, da Suíça, identificará, através de etiquetas, os
produtos alimentícios procedentes das colônias judias nos territórios palestinos
ocupados, uma decisão que já havia comunicado ao governo de seu país. "Foi uma
decisão muito bem refletida, discutida no mais alto nível com a Secretaria de
Estado para a Economia", declarou ao jornal Matin Dimanche o porta-voz da
companhia, Martin Schläpfer.
A medida, que começará a ser aplicada em 2013, "respeita o dever legal de
indicar a procedência dos produtos alimentícios", acrescentou. A principal razão
alegada pela Migros para tomar a decisão de começar a etiquetar os produtos
provenientes das colônias judias nos territórios palestinos foi o ajuste à
posição da ONU e do governo suíço, que consideram que elas são ilegais do ponto
de vista do Direito internacional.
A maneira como a empresa planeja fazer essa identificação é com a menção
"zona de colonização israelense" nos produtos com origem na Cisjordânia ou
Jerusalém Oriental. Entre os produtos das duas regiões que são comercializados
nos mercados da rede estão frutas, ervas aromáticas e uma marca de máquina para
gaseificar a água.
A Migros é a marca de maior valor na Suíça, e além de supermercados conta com
uma ampla gama de atividades econômicas no setor de distribuição e serviços,
entre as quais estão lojas de artigos esportivos, decoração, uma agência de
viagens e um banco.
Após tomar conhecimento desta notícia, a embaixada de Israel na Suíça reagiu
dizendo que a Migros era vítima de uma campanha anti-israelense que visa
prejudicar a imagem do país e prejulga o futuro status dos territórios em
questão. A companhia respondeu invocando o princípio de transparência, de modo
que seus clientes possam realizar uma livre escolha de maneira informada.
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