domingo, 3 de junho de 2012

Alemanha participa de programa nuclear israelense, diz revista

Os submarinos de fabricação alemã fornecidos nos últimos anos a Israel são equipado com ogivas nucleares, afirma em seu último número a revista Der Spiegel, que atribui assim à Alemanha colaboração no programa atômico desse país.
De acordo com esse meio, os até agora três submarinos entregues a Israel - aos que até 2017 se somarão outros três - dispõem de um novo sistema hidráulico que permite acionar essas ogivas nucleares. Berlim defendeu até agora essas entregas como parte da colaboração bilateral, acima das repetidas denúncias de ONGs internacionais afirmando que tais submarinos são suscetíveis de ser equipados com armamento nuclear.
Fontes consultadas por Der Spiegel, como o ex-secretário de Defesa Lothar Rühl, sustentam por outro lado que Berlim é consciente há muito tempo desse uso.
A revista afirma, além disso, que pelo menos desde 1961 o Ministério de Exteriores alemão está informado dos planos atômicos israelenses. Já em 1977, o então chanceler, o social-democrata Helmut Schmidt, abordou a questão do programa nuclear com o titular de Exteriores, Moshe Dayan.
Os submarinos são construídos em Kiel (norte da Alemanha) e financiados em boa parte pela Alemanha como parte de sua cooperação bilateral com o Estado israelense. Berlim cuida com atenção especial de suas relações com Israel, como parte de sua responsabilidade histórica em relação ao país, e também observa uma extrema cautela frente a qualquer crítica a sua política.
Der Spiegel cita em sua edição o ministro da Defesa, Ehud Barak, segundo o qual os alemães "estão orgulhosos" de poder colaborar "em garantir a existência do Estado israelense".
Junto aos submarinos já entregues e ao pedido em curso de outros três, até 2017, Israel quer encomendar à Alemanha três unidades mais.
O contrato para a segunda entrega de três submarinos se materializou recentemente pela própria chanceler Angela Merkel.
A Alemanha condiciona uma terceira parte de seu financiamento - 135 milhões de euro -, em uma operação politicamente vinculada, a que Israel freie a construção de novas colônias na Cisjordânia e que permita a construção de uma depuradora de água - também com participação alemã - na Faixa de Gaza. Até agora, o governo de Benjamin Netanyahu não cumpriu essas condições, indica Der Spiegel.

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