O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, rebateu
críticas que sofreu por não pedir abertura de inquérito para investigar as
relações do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), dizendo
que elas foram feitas por "pessoas que estão morrendo de medo do julgamento do
mensalão".
Sem citar nomes, Gurgel disse que é "compreensível quer pessoas "ligadas a
mensaleiros" queiram atacá-lo e também atacar ministros do STF (Supremo Tribunal
Federal), que serão responsáveis por julgar o caso do mensalão.
"É compreensível que algumas pessoas que são ligadas a mensaleiros tenham
essa postura de querer atacar o procurador-geral e até atacar também ministros
do Supremo com aquela afirmação falsa de que eu estaria investigando quatro
ministros do Supremo Tribunal Federal", argumentou o procurador.
Segundo ele, os ataques sofridos seriam uma "tentativa de imobilizar o
procurador-geral da República para que ele não possa atuar como deve, seja no
caso que envolve o senador Demóstenes e todos os seus desdobramentos, seja
preparando-se para o julgamento do mensalão, caso que, repito, classifiquei nas
alegações finais, como talvez o mais grave atentado à democracia
brasileira".
Gurgel também disse que os mentores das críticas são, "se não réus,
protetores de réus", além de pessoas que já foram alvos do Ministério Público e
que agora querem retaliar. Questionado se haveria alguém específico por trás das
críticas, ele se limitou a dizer que são "fatos notórios, que independem de
prova".
"São pessoas que já foram alvo do Ministério Público e ficam querendo
compreensivelmente retaliar. E há outras pessoas com notórias ligações com réus
do mensalão", disse. "Agora, minha preocupação é de continuar trabalhando,
continuar investigando e de continuar levantar o véu e revelar cada vez mais
fatos extremamente graves que estão submetidas também à Comissão Parlamentar,
mas que parece mais preocupada com o julgamento do mensalão", finalizou.
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