O governo grego e a comunidade judaica recriminaram na segunda-feira o líder
de um partido ultradireitista que negou terem existido câmaras de gás nos campos
de concentração nazistas.
Nikolaos Mihaloliakos, cujo partido Aurora Dourada teve crescimento
expressivo na inconclusiva eleição de 6 de maio, contestou a tese de que 6
milhões de judeus foram mortos na Segunda Guerra Mundial.
"Não houve fornos, isso é uma mentira (...), não houve câmaras de gás
também", disse Mihaloliakos em entrevista no domingo ao canal de TV Mega.
O Aurora Dourada, cujos integrantes se cumprimentam com uma saudação tipo
nazista, recebeu quase 7 por cento dos votos, numa eleição marcada pelo
crescimento de partidos radicais contrários às políticas de austeridade adotadas
no país em troca da ajuda financeira internacional.
Mihaloliakos qualificou de "exagero" a cifra de 6 milhões de judeus mortos, e
disse que "muita gente de nações diferentes" morreu nos campos de concentração
alemães, assim como muitos japoneses morreram em campos dos EUA.
"Condeno da forma mais categórica possível tais opiniões, que distorcem a
história e ofendem a memória de milhões de vítimas do holocausto", disse o
porta-voz governamental Pantelis Kapsis.
Cerca de 70 mil judeus gregos morreram em campos de concentração nazistas, a
maioria da cidade de Tessalônica (norte).
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