Roberto Godoy - O Estado de S. Paulo
Pode ser uma série de misseis Jericó, gigantes de 15,5 metros e 30 toneladas,
com ogivas de ataque de até 1.300 quilos de explosivos de alta capacidade de
destruição. Ou, é mais provável, as bombas GBU-28 de 2 toneladas, despejadas por
uma força combinada de ataque, formada por caças F-15I Ra’am, o Trovão,
e F-16I Sufa, a Tempestade, as versões israelenses de dois poderosos
jatos americanos de combate, o Strike Eagle e o Fighting Falcon.
O primeiro fogo de um ataque de Israel contra o Irã será pelo ar, e terá de
ser necessariamente devastador para dificultar a reação, tão inevitável quanto a
investida preventiva que especialistas dão como certa há 12 anos. É difícil.
Vai exigir certos recursos que os esquadrões da aviação frontal israelense
ainda estão desenvolvendo ou aprendendo a usar.
“Esse gênero de operação implicará intensas negociações diplomáticas para obtenção das autorizações dos voos no espaço aéreo de países como Arábia Saudita, Jordânia, Kuwait e Iraque”, pondera analista John Miller, do Foreing Political Center (FPC), de Washington.
“Esse gênero de operação implicará intensas negociações diplomáticas para obtenção das autorizações dos voos no espaço aéreo de países como Arábia Saudita, Jordânia, Kuwait e Iraque”, pondera analista John Miller, do Foreing Political Center (FPC), de Washington.
O plano de ataque só será eficiente se adotar o estilo americano de
bombardeio maciço em ondas contínuas. Isso depende diretamente de oferecer
reabastecimento no ar. É um ponto sensível. A frota israelense de aviões é
pequena, composta por sete aviões, quatro dos quais jatos quadrimotores.
De acordo com um cenário do FPC, a principal dificuldade a ser superada pela
aviação de Israel é a distância até os alvos principais – Natanz, Bushehr,
Isfahan e Qom, onde foram construídas, em alguns casos, dentro de imensos
complexos subterrâneos, as principais instalações do programa nuclear iraniano.
Um reator, uma fábrica de gás de urânio, e os centros estratégicos da pesquisa
que agências de inteligência ocidentais consideram dedicadas à missão de
produzir, em segredo, armas atômicas e toda uma família de foguetes lançadores.
A contar das bases da força aérea, são 1.800 quilômetros e, a partir da linha
de fronteira leste, cerca 1.500 km.
Para chegar até os três objetivos com ao menos 15 ou 20 minutos de autonomia, fornecedores como Lockheed-Martin, Boeing Defense e Raytheon, dos Estados Unidos, criaram, junto com técnicos israelenses, arranjos especiais para os supersônicos F-15 e F-16. Projetaram ainda a configuração de penetração da bomba inteligente GBU-28.
Para chegar até os três objetivos com ao menos 15 ou 20 minutos de autonomia, fornecedores como Lockheed-Martin, Boeing Defense e Raytheon, dos Estados Unidos, criaram, junto com técnicos israelenses, arranjos especiais para os supersônicos F-15 e F-16. Projetaram ainda a configuração de penetração da bomba inteligente GBU-28.
Boa parte da eletrônica de bordo das aeronaves, que ganharam a letra I, de
Israel, na identificação, foi projetada por especialistas locais – o novo
computador central, por exemplo, da mesma forma que o sistema destinado a
permitir que o piloto direcione e dispare armas, empregando só o conjunto ótico
do capacete.
O F-15I pode cobrir 2 mil quilômetros sem tanques extras. Já o F-16I precisou
receber reservatórios de desenho especial. A velocidade máxima do Ra’am
bate no limite de 2,600 km/hora. Leva 10,4 toneladas de carga externas de
combate. É um jato de grande porte, mede pouco menos de 20 metros de
comprimento, C0m 15,2 metros o Sufa é menor, fica na faixa de 1,4 a 1.7
mil km/hora e de 7,7 mil quilos sob as asas. Ambos são dotados de canhões de 20
milímetros.
A força Israel estaria em condições de lançar de 75 a 100 aeronaves. Cada uma
delas estaria armada com seis mísseis e bombas de precisão, do grupo GBU-28, com
poder de penetração de seis metros em blindagem de concreto, e de 30 metros em
terreno despreparado. A guiagem é feita por um laser, que indica a direção do
alvo virtualmente sem erro. Há modelos mais leves no arsenal.
Reação pesada. A resistência do Irã está baseada em sua
força de mísseis. A indústria de Defesa do regime de Teerã produz tipos de médio
alcance, na faixa superior a 2 mil quilômetros, com ogivas de 500 kg a 750
kg.
Existem nove diferentes configurações. Os mísseis Shahab-2 e 3 podem chegar a
qualquer ponto, em Israel e em todo o Oriente Médio. Mais que isso, o complexo
de defesa aérea emprega sistemas russos avançados, preparados para identificar,
simultaneamente, dezenas de intrusos, priorizando o disparo de interceptação
pelo grau de ameaça.
O regime dos aiatolás é abastecido por 125 polos industriais militares.
Mísseis leves, ar-ar, antitanque e terra-ar, além de armamento de porte pessoal,
munição, kits de comunicações e processamento de dados táticos são fabricados
nos núcleos, com tecnologia própria ou comprada na Coreia do Norte e no
Paquistão.
Quando houve o golpe de 1979 o soberano deposto, Mohamed Reza Pahlevi, havia
recebido dos Estados Unidos 80 moderníssimos supersônicos F-14 Tomcat. Sob
embargo, a aviação iraniana ficou sem receber peças e componentes – no ano 2000,
segundo o Instituto de Estudos Estratégicos de Londres, 49 caças estavam em
condições de uso, embora de forma precária. Com apoio de técnicos estrangeiros
“simpatizantes do regime fundamentalista”, conforme análise do Instituto, de
2007, a frota remanescente foi revitalizada. A aviação iraniana estaria apta a
mobilizar atualmente entre 100 e 15o aeronaves – além dos Tomcat, o inventário
inclui times de MiG-29, Mirage F-1, F-5I, F-4 Phantom, e Chengdu F-7, chineses.
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