O ministro da Pesca, Marcelo Crivella, defendeu nesta segunda-feira (2) a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e disse que os esclarecimentos quanto à denúncia de irregularidades na licitação que resultou na compra de 28 lanchas deverão ser contestadas pelo ex-ministro Altemir Gregolin, que comandou a pasta anteriormente.
— Ele fez muitas coisas boas enquanto comandou o ministério. O Gregolin deve esperar as argumentações e fazer suas contestações num prazo de 15 dias. Foi uma compra feita antes de [Ideli] ser ministra. E, se ela pagou, o fez por que era sua obrigação.
As 28 lanchas-patrulha, entregues em 2009, tiveram um custo de R$ 31 milhões, pagos entre 2009 e 2011, conforme o TCU (Tribunal de Contas da União).
As embarcações foram fabricadas pela empresa Intech Boating, de Palhoça, em Santa Catarina. Pelo menos 23 unidades ainda não entraram em operação ou estão com avarias no pátio da empresa.
A contrapartida à negociação foi o desembolso, pela empresa, de R$ 150 mil, valor pago ao comitê de campanha de Ideli, que no momento era candidata do PT ao governo de Santa Catarina. A atual ministra das Relações Institucionais chefiou o Ministério da Pesca nos primeiros meses do governo da presidente Dilma Rousseff, no ano passado.
O dono da Intech Boating, José Antônio Galízio Neto confirmou, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, o montante pago ao diretório do PT catarinense. Segundo ele, foi um pedido do ministério.
— Ele fez muitas coisas boas enquanto comandou o ministério. O Gregolin deve esperar as argumentações e fazer suas contestações num prazo de 15 dias. Foi uma compra feita antes de [Ideli] ser ministra. E, se ela pagou, o fez por que era sua obrigação.
As 28 lanchas-patrulha, entregues em 2009, tiveram um custo de R$ 31 milhões, pagos entre 2009 e 2011, conforme o TCU (Tribunal de Contas da União).
As embarcações foram fabricadas pela empresa Intech Boating, de Palhoça, em Santa Catarina. Pelo menos 23 unidades ainda não entraram em operação ou estão com avarias no pátio da empresa.
A contrapartida à negociação foi o desembolso, pela empresa, de R$ 150 mil, valor pago ao comitê de campanha de Ideli, que no momento era candidata do PT ao governo de Santa Catarina. A atual ministra das Relações Institucionais chefiou o Ministério da Pesca nos primeiros meses do governo da presidente Dilma Rousseff, no ano passado.
O dono da Intech Boating, José Antônio Galízio Neto confirmou, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, o montante pago ao diretório do PT catarinense. Segundo ele, foi um pedido do ministério.
Conforme relatório do ministro Aroldo Cedraz, do TCU, “o negócio foi lançado para a Intech Boating ganhar”. O edital reproduzia os requisitos técnicos do modelo de estreia da empresa no mercado.
“As medidas e padrões de desempenho atendem perfeitamente aos requisitos excessivamente detalhados nos editais dos pregões”, diz o relatório.
O TCU pediu abertura de processo para a recuperação do dinheiro. Ainda conforme o relatório, a baixa utilização das lanchas revela a antieconomicidade das aquisições e comprova que os gestores do ministério falharam gravemente, uma vez que, mesmo diante das dificuldades encontradas em dar utilidade aos bens licitados, continuaram a ordenar a fabricação de novas unidades. A compra das lanchas foi patrocinada por emendas parlamentares ao Orçamento da União.
Investigação
O PSDB informou que pedirá à Comissão de Ética da Presidência da República que investigue a conduta de Ideli no caso. O líder do partido no Senado, Alvaro Dias (PR), afirmou que a ministra deve explicações.
— A compra das lanchas pelo Ministério da Pesca foi cercada de irregularidades, a começar pelos procedimentos adotados.
Em nota divulgada na sexta-feira (30), Ideli afirmou que não há relações entre ela e a Intech Boating. A alegação da ministra é de que as doações não foram feitas diretamente para a sua campanha.
“A doação no valor de R$ 150 mil registrada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) feita pela empresa Intech Boating foi destinada ao Comitê Financeiro do PT (Partido dos Trabalhadores) em Santa Catarina e não à candidata Ideli Salvatti [nas eleições de 2010]”, diz o texto.
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