A China tem prestado alguma assistência ao programa de mísseis da Coreia do
Norte, disse na quinta-feira o secretário norte-americano de Defesa, Leon
Panetta, uma semana depois do frustrado teste norte-coreano de um foguete de
longo alcance, que foi amplamente criticado pela comunidade internacional.
"Tenho certeza de que houve alguma ajuda vinda da China. Não sei, sabe, a exata
extensão disso", afirmou Panetta à Comissão de Serviços Armados da Câmara dos
Deputados, ao ser questionado por um deputado sobre eventuais "intercâmbios
comerciais e tecnológicos" entre Pequim e Pyongyang envolvendo o programa de
mísseis.
A China é o único aliado importante da Coreia do Norte, mantendo vínculos
militares e econômicos em decorrência das afinidades comunistas. Na
quarta-feira, a isolada Coreia do Norte disse que estudava retaliações diante da
ampla condenação ao fracassado lançamento, o que gera especulações de que o país
estaria preparando um terceiro teste de armas nucleares.
Depois do lançamento do foguete - que caiu a cerca de cem quilômetros da base
-, os EUA anunciaram a suspensão da ajuda alimentar à Coreia do Norte. Pyongyang
diz que o foguete deveria colocar em órbita um satélite para celebrar o
centenário do fundador da nação, Kim Il-sung. Washington afirma que se tratava
de um teste disfarçado de um míssil balístico. Na audiência, Panetta afirmou que
não discutiria publicamente detalhes do suposto auxílio chinês à Coreia do
Norte. Ele disse que "sem dúvida" os esforços norte-coreanos para desenvolver um
míssil de longo alcance e armas nucleares são uma ameaça para os EUA.
"Por essa razão levamos a Coreia do Norte e suas ações provocativas muito a
sério", acrescentou. "E a China deveria estar aconselhando-os a se envolver em
(...) negociações diplomáticas. Achávamos que estávamos tendo progresso, e de
repente voltamos à provocação", disse Panetta.
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